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A saúde não se pesa. Obesidade aumenta risco de doenças como o cancro e diabetes tipo II

4 junho 2022 22:18

Maria João Bourbon

Maria João Bourbon

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Jornalista

Carlos Esteves

Carlos Esteves

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Jornalista infográfico

Visível a olho nu, a obesidade esconde muitas vezes um conjunto de outras doenças, prévias ou posteriores. Classificada como doença crónica, já tem, em conjunto com o excesso de peso, a dimensão de epidemia nos países da região europeia da Organização Mundial da Saúde

4 junho 2022 22:18

Maria João Bourbon

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Carlos Esteves

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Quando era jovem, Carlos Oliveira praticava muito desporto. Judo, basquetebol e mesa alemã. Mas a determinada altura da sua vida embarcou. “A bordo, vi-me obrigado a reduzir para um terço a atividade que tinha em terra”, recorda. “Houve uma mudança estrutural de vida, comecei a alargar e aumentei de 67 kg para 120 kg.” Quinze anos depois, foi trabalhar para o Porto de Sines. “Enquanto estive no terminal mantive aquele peso, mas quando passei para um cargo de chefia, sentado o dia inteiro à secretária, este subiu para 156 kg. E com este aumento vieram muitas outras dificuldades, aos 46 anos apareceu-me tudo: quadro pré-diabético, problemas articulares, apneia do sono...”

Quando decidiu procurar ajuda, em 1998, não sabia bem por onde começar. Na altura, só havia um médico que tratava a obesidade mórbida por via cirúrgica em Portugal — António Sérgio, no Hospital de Santo António, no Porto — e foi à sua porta que foi bater. Primeiro, colocou uma banda gástrica, mas ao fim de 15 anos retirou-a “porque se deslocou e provocou algumas alterações no esófago”; posteriormente, seria submetido a uma cirurgia de bypass gástrico. “Inicialmente perdi 56 kg, mas em 22 anos voltei a ganhar e agora peso 125 kg. A minha vida tem sido uma luta constante para manter o peso e a qualidade de vida.”