Teatro

O Museu como Performance, em Serralves: é tempo de cuidar

9 setembro 2022 17:48

Claudia Galhós

Em “Tirana”, de Luísa Saraiva, o som surge no trabalho de uma artista ligada à coreografia e ao gesto

milan daemgen

A programação do ciclo O Museu como Performance aborda este ano o descentramento e a arte da cura. Até domingo, em Serralves, no Porto

9 setembro 2022 17:48

Claudia Galhós

A prática artística é uma expressão de procura de formas alternativas de (nos) pensarmos.” É assim que os programadores de O Museu como Performance — Cristina Grande (performance), Pedro Rocha (música) e Ricardo Nicolau (artes visuais) — definem, ao Expresso, a oitava edição deste programa de Serralves, que se distingue precisamente por pôr em cruzamento as três linguagens artísticas, propor olhares e experiências alternativas com todo o espaço de Serralves, que se ativa e ganha novos significados na efemeridade do ‘ao vivo’.

Este ano, questões como as consequências do antropocentrismo ou as formas “como temos vindo a pensar e organizar a nossa convivência com o outro (objetos, pessoas, natureza)” atravessam muitas das propostas artísticas. Neste universo heterogéneo de O Museu como Performance, há artistas que são também curandeiros (Evan Ifekoya apresenta “Active Recovery, A Ceremony, Spiral Time”, no Roseiral do Parque e três filmes no Auditório da Casa do Cinema Manoel de Oliveira, tudo domingo) e as relações de poder e dominação são postas em causa a escalas que podem ir ao microscópico e à vida dos fungos (Sara Manente, com “Mold”, auditório, amanhã).