23 setembro 2022 11:39

O rapper brasileiro Emicida
Depois de alguns anos em Amarante, o festival Mimo estreia-se no Porto. Traz consigo Emicida e vários outros nomes importantes da música brasileira contemporânea (e não só)
23 setembro 2022 11:39
O rapper brasileiro Emicida (na foto) vai apresentar-se este domingo no Largo Amor de Perdição, no Porto, na condição de cabeça de cartaz da primeira edição na Invicta do festival itinerante Mimo, um evento com quase duas décadas de história que já teve edições em Amarante (onde, entre nós, começou por se realizar), Glasgow (na Escócia), Rio de Janeiro, Ouro Preto ou São Paulo (no Brasil). Em véspera de eleições presidenciais no Brasil, é lícito esperar uma interventiva apresentação do premiado autor de “AmarElo”, notório opositor de Bolsonaro e incansável ativista antirracista.
O Mimo Porto prima por esse carácter militante e arranca hoje com uma série de eventos gratuitos pensados sob a premissa de levar muito mundo até à cidade banhada pelo Douro: além do Brasil, de onde chegarão, para lá de Emicida, artistas como Chico César (hoje, 22h30, Largo Amor de Perdição), Plínio Fernandes (hoje, 18h, Igreja do Carmo), a Orquestra Voadora (amanhã, 17h, Palácio de Cristal; domingo, 14h, no Coreto do Jardim da Cordoaria) ou o Ministereo Público Sound System (domingo, 15h, Passeio das Virtudes), o inclusivo programa do festival prevê apresentações de talentos da Nigéria, Cabo Verde, Inglaterra, Ucrânia, Congo, Tunísia, Argélia, Itália, Costa do Marfim, Índia e, pois claro, Portugal. Branko (amanhã, 23h55, Largo Amor de Perdição), Pedro Burmester & Quarteto de Cordas de Matosinhos (amanhã, 19h, Igreja dos Carmelitas Descalços), Maria João & Mário Laginha (domingo, 18h, Pátio do Museu de História Natural e de Ciência da Universidade do Porto) ou o espetáculo “Mulheres que Fazem Barulho” com Ana Deus, Lena d’Água, Anabela Duarte, Sandra Baptista, Marta Abreu e Carolina Brandão (amanhã, 19h30, mesmo local) são destaques naturais. Nomes internacionais de referência como Don Letts ou Ray Lema fazem igualmente parte de um vasto programa que se abre ao ribombar dos sound systems, a uma chuva de poesia, uma mostra de cinema ou um fórum de ideias. / R.M.A.