Livros: As causas célebres de Susan Sontag

Primeira colectânea de ensaios de Susan Sontag, “Contra a Interpretação” (1966) reúne uma vintena de textos vindos a lume em publicações combativas como a “Partisan Review” e a “New York Review of Books”, e com os quais a jovem crítica ascendeu ao invulgar estatuto de celebridade intelectual.

A intenção declarada de Sontag era a de esclarecer os “pressupostos teóricos subjacentes a determinados juízos de valor e gostos”, sem deixar de se assumir como um radar de tendências sofisticadas (o pós-freudismo esquerdista, o teatro político de “Marat / Sade”, os happenings, Godard, o cinema underground, à época novidades recentes ou absolutas). Desses textos sobre “pressupostos teóricos”, alguns são pedagógicos e laboriosos (o conceito de tragédia, a estética do catastrofismo, a diferença entre estilo e “estilização”), mas dois inscreveram-se duradouramente na história dos debates críticos contemporâneos. E em ambos os casos podemos detectar uma certa má consciência em acção.

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