Depois de uma ofensa da qual nada sabemos e do desafio para um duelo que pretende resolver a contenda, dois homens de costas voltadas começam a caminhar em direções opostas. Este livro segue um desses homens, o ofendido, mas os seus passos prosseguem muito para lá do habitual décimo antes do tiro e a narrativa transforma-se numa viagem solitária que é, também, uma reflexão sobre conflitos e impossibilidades de diálogo.
Tirando partido da marcha, Inês Viegas Oliveira fixa os dois homens em andamento simétrico para logo revelar, no momento em que esperamos o tiro, que Rostov está sozinho no enquadramento e que o homem que o desafiou desapareceu. É esse homem que acompanhamos, primeiro numa caminhada solitária, depois numa viagem que se vai preenchendo com novos contextos e uma miríade de outras personagens, anónimas, vivas, em movimentos quotidianos.
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