Exposições

Exposições: A fabulosa vida de Joaquim Pedro Quintela, conde do Farrobo

24 março 2023 20:39

Cristina Margato

Cristina Margato

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Jornalista

O conde do Farrobo, Joaquim Pedro Quintela, pintado por Domingos Sequeira em 1813, uma obra do Tesouro Nacional

mnaa/dgpc

Culto, viajado e poliglota, dado à música, aos luxos e às modernidades, Joaquim Pedro Quintela, 1º conde do Farrobo, marcou a sociedade lisboeta do século XIX, mas foi esquecido. Uma exposição no Teatro Thalia, que mandou construir, quebra o silêncio

24 março 2023 20:39

Cristina Margato

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Jornalista

A memória de Joaquim Pedro Quintela (1801-1869), 1º conde do Farrobo, poderia ter sobrevivido até hoje de forma viva. Não foi o que aconteceu. O rapaz de olhos curiosos e cara estreita pintado por Domingos Sequeira em 1813 (obra do Tesouro Nacional) revelou ser mais do que um homem de negócios, como foi o seu pai, de quem herdou os bens, antes de entrar na idade adulta. Foi também um importante promotor e agente cultural da primeira metade do século XIX e até um artista. Um exemplo de cidadania, como escreve o seu biógrafo, José Norton. Mas também de alegria e de uma conceção de vida familiar que desafiava uma nobreza arreigada a costumes pouco progressistas.

À sua morte sucedeu-se o silêncio, e é esse silêncio que a exposição “Il Fanatico per la Musica — O Conde do Farrobo e o Teatro das Laranjeiras” pretende quebrar, recordando as várias facetas da vida do homem que lutou pela causa constitucional, foi um “empresário e industrial visio­nário”, mandou construir o Teatro das Laranjeiras, também designado Teatro Thalia, dirigiu o Conservatório e o Teatro Nacional de São Carlos e até “tocou numa orquestra de mil músicos dirigida por Berlioz”, em Paris, conta José Norton.