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Exodus Aveiro Fest 2022: a volta ao mundo pela lente dos melhores da fotografia e vídeo acontece na Veneza portuguesa

O Festival Internacional de Fotografia e Vídeo de Viagens e Aventura regressa a Aveiro esta sexta-feira para a sua quinta edição. Durante três dias, o holofote incide sobre as obras de artistas sonantes como o fotógrafo Rick Smolan, que abre as portas do festival, Alixandra Fazzina, Ragnar Axelsson ou Pippa Ehrlich

São três os dias em que se pode visitar o Exodus Aveiro Fest, no Centro de Congressos da cidade considerada a versão veneziana de Portugal. De sexta-feira a domingo (dias 2,3 e 4 de dezembro), Aveiro reúne nesta edição, e pela quinta vez, fotografias e vídeos que arrepiam só de nelas pensar. Pelo menos, é isso que antecipa Bernardo Conde, na qualidade de fotógrafo e responsável pela organização do evento. Ao Expresso, não esconde a ‘pele de galinha’. “Vamos ter apresentações emocionalmente fortes”, reflete o anfitrião depois de considerar o currículo dos oradores em cartaz.

Alixandra Fazzina e Ragnar Axelsson são dois dos nomes que lhe escapam, quase no imediato, por entre o fascínio da sua descrição do festival. Pisam o palco do Centro de Congressos de Aveiro no sábado e no domingo, respetivamente, e solidificam a base que sustenta a expectativa – elevada – de Bernardo Conde quando questionado sobre quais os momentos que prevê marcarem esta temporada.

Mas quem abre as portas na noite de sexta-feira, é Rick Smolan, o fotógrafo cuja experiência dava um filme - aliás, já deu. Protagonizado por Adam Drivers, “TRACKS” (2017) conta a história de como a lente de Rick deu vida à capa da National Geographic na edição de maio de 1978.

Capa National Geographic, edição de maio de 1978
Rick Smolan

É esta noite de abertura a grande novidade deste ano. Além de ser mais um dia dedicado à partilha de valores presentes nas várias dimensões da vida humana, o convite estende-se mesmo a quem não tem bilhete - a entrada é gratuita. “A exposição fotográfica estará toda disponível. Decidimos criar esta oportunidade alternativa a quem nunca pôde vivenciar o festival”, reflete o responsável pelo evento.

De resto, e rodando de novo o foco para o painel de oradores, o que se pode esperar da irlandesa Alixandra, é o talento particular com que transpõe histórias de guerra, contadas a partir dos rostos que fotografa. Já o islandês Ragnar (informalmente conhecido por “Rax”) num estilo a preto e branco, capta a experiência elementar da vida humana numa natureza que parece estar no limite do habitável.

Em destaque, juntam-se, ainda no pano internacional, os fotógrafos Art Wolfe e Michael Yamashita, e a videógrafa que dirigiu o documentário “My Octupos Teacher” (Professor Polvo), galardoado na edição dos Óscares 2021, Pippa Ehrilch. Do rolo de câmara, à sala de exibições, são reveladas 10 peças de cada artista – o que totaliza 110 imagens expostas.

Realizado em duas dimensões, o festival, além da exposição, terá 20 palestras durante fim de semana que acolhe uma audiência espectável de mais de mil pessoas. Entre os palestrantes, quatro são portugueses e discursam aos pares. A fotografa Matilde Fieschi, ao lado do fotógrafo Jacinto Policarpo, e os fotógrafos Luís Godinho e Luísa Ferreira, ocupam o bloco da manhã de sábado e domingo, respetivamente, com o “Exodus Talent”. “É um momento de apreciação e valorização nacionais”, esclarece o organizador.

Atrás da “janela de oportunidade” idealizada por Bernardo Conde, está um fim de semana “intenso de inspiração, motivação e consciencialização”, onde quem passa poderá olhar para o trabalho de vários nomes da fotografia e videografia internacional. “O critério de escolha não olha o nome, mas o trabalho e os valores nele exposto. Teremos imagens ligadas a causas humanas, à conservação da natureza, à superação e aventura. É esse o nosso requisito: consciencializar o público através de um contexto humano, social e ético”.

Para mergulhar nesta experiência, que é maioritariamente social, também se pode recorrer à visita virtual. “Mas quem vem, presencialmente, ao evento faz diferença para a moldura humana que vamos construindo de ano para ano. Há pessoas que vêm de longe e a energia que flui contagia, é especial”, confessa Bernardo.

O que acontece às obras? Depois de um fim de semana que se prima pela intensidade, seria “ingrato” deixar as imagens caírem no esquecimento: “De ano para ano constituímos um arquivo de obras, e vamos alocando em exposições, que anunciaremos no final do festival. Não faria sentido não o fazer”.

O bilhete para o fim de semana, disponível no site oficial do evento, tem um custo de 70 euros, a menos que a visita seja feita no formato digital, abatendo no valor que passa a ser 40 euros.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mdelgado@expresso.impresa.pt

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