Exposições

Exposição “Debaixo da Pele”, de Miguel Telles da Gama: contar e esconder

3 setembro 2022 19:14

Celso Martins

Celso Martins

texto

Jornalista

Obras da série “Vanishing Act” (2010-2022)

tiago fezas vital

A ocultação está presente nos melhores momentos da pintura tendencialmente figurativa de Miguel Telles da Gama. No Museu Coleção Berardo, em Lisboa, até 6 de novembro

3 setembro 2022 19:14

Celso Martins

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Jornalista

Surgido no início dos anos 1990 à margem das dinâmicas marcadamente coletivas de então, Miguel Telles da Gama (Lisboa, 1965) delineou um percurso de pintor atravessado pela consistência técnica ao serviço de uma pintura tendencialmente figurativa. Inicialmente mais empenhada num jogo de profusão de personagens do que na produção de tensão visual, a sua trajetória foi-se tornando próxima de esquemas compositivos afins de alguma pintura dos anos 80 (por razões diferentes, pensamos, por exemplo, em Julião Sarmento, David Salle ou Robert Longo) pela simultaneidade de planos; a intromissão da linguagem e a sua interação com os corpos; a pose teatral das figuras; ou a desconexão voluntária entre imagens. Com curadoria de José Luís Porfírio, a exposição “Debaixo da Pele” corresponde a uma seleção de obras a partir de algumas séries da sua produção, apresentadas com uma coesão que isola blocos de inteligibilidade ao mesmo tempo que tematiza referências provenientes do cinema e da fotografia (particularmente presentes na série “Emotional Rescue”, 2007), com benefício para a visão geral da obra.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.