Se a vontade fosse contar esta história pelo início, esse início teria que coincidir com o fascínio do miúdo Sammy Fabelman (Gabriel LaBelle) por um certo filme de Cecil B. DeMille estreado “for the happiness of the world...”. Assim rezava o trailer de “O Maior Espetáculo do Mundo” na época, corria o ano de 1952 e tinha então o petiz seis anos. Uma cena do filme de DeMille em que um comboio colhia um automóvel seria reproduzida por Sammy vezes sem conta com os brinquedos de casa, prova de que a dita deixara marca e que a vida dele, depois da descoberta do cinema, nunca mais seria a mesma vida.
É também com a candura que lhe é conhecida que Spielberg inventou estes Fabelmans para falar de si próprio, da sua vida, da vida dos seus pais e, não menos importante, do papel do cinema em tudo isto. E é curioso: o filme ora parece querer conquistar, pelo desvio do nome, uma cautelosa distância face à autobiografia, ora não hesita em reproduzi-la nos mais ínfimos detalhes (leia-se o que nos diz Michelle Williams mais à frente sobre um par de brincos).
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