9 setembro 2022 17:49

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Olivia Newman realiza o drama, com Daisy Edgar-Jones, David Strathairn e Taylor John Smith nos principais papéis. O crítico Jorge Leitão Ramos dá-lhe três estrelas
9 setembro 2022 17:49
Houve um tempo em que ela tinha uma família. Viviam num sapal da Carolina do Norte, Kya, o pai, a mãe e vários irmãos — e houve um tempo em que o mundo parecia feliz. Mas a rudeza, o alcoolismo e a violência do pai fizeram desmoronar tudo. Primeiro, a mãe foi-se embora. Depois, um após outro, fugiram os irmãos. Por fim, ainda Kya era uma criança, o pai desapareceu. De maneira que ela teve de aprender a sobreviver, descalça, sozinha e abandonada, até se tornar aquela rapariga doce e voluntariosa que ocupa a maior parte deste filme, uma mulher jovem que só fugidiamente vai até à povoação mais próxima, comerciar mexilhões, adquirir víveres, gasolina, utensílios. Para a maioria, ela nem nome tem, viram-na crescer, suja e esquiva, com roupas estranhas, comportamento de bicho do mato, chamam-lhe ‘a rapariga do sapal’ e é uma espécie de desqualificada na escala social.
Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.