Para o autor da saga “Mad Max” e do seu anunciado desenvolvimento (“Furiosa”, uma prequela de “Fury Road”, com data de estreia prevista para 2024), “Três Mil Anos de Desejo”, em toda a sua estranheza, é quase uma peça de câmara, projeto singular e sem espalhafato, muito pessoal, a milhas de distância do que geralmente a audiência entende por blockbuster. O cineasta australiano leu há mais de 20 anos “The Djinn in the Nightingale’s Eye”, da britânica A. S. Byatt (Antonia Susan Drabble), um conto fantástico. E nunca mais o esqueceu.
Confessou depois — foi em Cannes, o festival em que “Três Mil Anos de Desejo” se estreou no último mês de maio, fora de concurso — que o texto lhe ficou “atrás da orelha todos estes anos, como se me estivesse a murmurar qualquer coisa, uma vez que todos os grandes problemas da vida estão encapsulados nesta história”. E de que nos fala ela? De um cruzamento de eras e culturas que vai passar da contemporaneidade aos tempos imemoriais do Rei Salomão e da Rainha de Sabá, tão presentes em diversos textos sagrados, da Torá e do Antigo Testamento ao Alcorão. O estilo da narrativa, por outro lado, é claramente influenciado por “As Mil e Uma Noites”, com o episódio do génio da lâmpada mágica de Aladino a servir de gancho ao conto e à adaptação cinematográfica que o próprio George Miller escreveu com a sua filha Augusta Gore.
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