5 maio 2023 23:31

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Com as taxas de natalidade globais em queda livre, os “pró-natalistas” de Silicon Valley pretendem travar esse declínio — tendo o maior número possível de filhos. Estes são os casais de “elite”, que procriam para salvar a Humanidade
5 maio 2023 23:31
o início de março, Aria Babu deixou o seu emprego num think tank para se dedicar a algo de que a maioria das pessoas nunca ouviu falar. Tendo trabalhado durante alguns anos em políticas públicas, Aria, uma londrina de 26 anos, chegou a uma conclusão alarmante sobre o futuro do Reino Unido, do mundo e da espécie humana. “Percebi que as pessoas queriam mais filhos do que aqueles que tinham”, diz. “Tendo em conta que esta é uma parte tão importante da vida das pessoas, o facto de não terem sido capazes de cumprir esse desejo mostrava claramente que algo estava errado.”
O novo foco da sua carreira é uma filosofia conhecida como pró-natalidade, que significa, literalmente, pró-nascimento. O seu princípio fundamental é enganosamente simples: o nosso futuro depende de ter filhos suficientes, mas a vida nos países desenvolvidos tornou-se hostil a este imperativo biológico básico. Ligada às subculturas do racionalismo e do “altruísmo eficaz” (AE) e reforçada pela diminuição das taxas de natalidade, esta filosofia tem vindo a ganhar força em Silicon Valley e na indústria das tecnologias no geral, especialmente nos seus meios mais conservadores.