15 abril 2023 13:03

REPRESSÃO Retratos de Carlos de Oliveira incluídos na ficha da PIDE
Carlos de Oliveira, mais conhecido por “General Protero”, foi preso pela PIDE em julho de 1945 por colaborar com o Partido Comunista Português. Converteu-se e passou a escrever e a distribuir livros e opúsculos anticomunistas e ultracatólicos, que eram financiados por várias entidades do regime
15 abril 2023 13:03
São decorridos mais de seis meses da data em que o grave acidente de automóvel me prostrou entre a vida e a morte no Hospital de Santa Maria, no qual a utilitária que V. Exa. me proporcionou adquirir quando das últimas eleições de V. Exa., ficou totalmente destruída”, escrevia Carlos de Oliveira, também conhecido como “General Protero”, em carta ao almirante Américo Thomaz, então Presidente da República, a 1 de novembro de 1964 e que se destinava a ser lida pelo ministro das Finanças.
Oliveira acrescentava que se devera “ao grande serviço” que acabara de prestar à nação, “inutilizando os objetivos que os comunistas pretendiam levar a efeito numa manifestação contra o Governo a 1 de maio de 1964, conforme veio publicado na imprensa na nota oficiosa em 12 de julho 1964”. Na missiva explicava ainda que o Presidente da República compreendera que “sem a posse da modesta utilitária” não podia trabalhar e por isso providenciou ajuda junto dos ministros do Interior, Alfredo Santos Júnior, e do Ultramar, António Peixoto Correia. Se este o informou de que não poderia ajudar, o ministro do Interior “mandou-me comparecer no seu gabinete, onde me foram entregues cinco contos como uma ajuda para poder comprar uma utilitária. Dei então conhecimento a V. Exa. destes factos, lembrando que talvez S. Exa. o ministro das Finanças me pudesse ajudar, e para o efeito recebi um ofício no qual V. Exa mandava indicar-me que havia solicitado ajuda do ministro das Finanças”.
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