11 dezembro 2022 19:08

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Seja por consciência ambiental, empatia com os animais ou preço crescente dos alimentos, os portugueses (e o mundo) têm diminuído cada vez mais o consumo de carne. Mas qual é o impacto da dieta conhecida como flexitariana na nossa sociedade?
11 dezembro 2022 19:08
Há cerca de quatro anos, desde que foi morar sozinho, o empresário portuense João Barbosa resolveu mudar a sua dieta. Então responsável pelas suas próprias refeições, pareceu-lhe mais saudável diminuir o consumo de carne dentro de casa. O peixe, um dos seus alimentos preferidos, ganhou maior protagonismo na mesa, assim como os vegetais, agora mais constantes. “Ao preparar os almoços e jantares passei a prestar mais atenção ao que comia. Aos poucos, e de forma natural, deixei de comprar e cozinhar carne”, conta. Com histórico de cancro na família e uma preocupação maior com a saúde, a carne vermelha grelhada, um prato de sempre, perdeu espaço para o peixe assado de (quase) todos os dias. As conservas (de sardinha, carapau e cavala, por exemplo) também se tornaram mais presentes do que o frango, o peru e outros animais. “Além de tudo, dá-me menos trabalho preparar peixe, há menos sujidade na cozinha”, confessa.
Se a saúde foi o principal motivo para João Barbosa ter abdicado do consumo de carne em casa, uma relação de proximidade com os animais — é dono de vários cães e de um gato — também ajudou na decisão. “O tipo de relacionamento que temos com uma vaca ou uma galinha é diferente daquele que temos com um peixe”, explica. “A mim custa-me mais ver o sofrimento de um porco do que de uma dourada, um robalo”, confessa. Isso não significa, no entanto, que tenha abdicado por completo de comer umas postas de vitela de vez em quando. “Continuo a gostar muito de pratos de carne. Mas hoje como carne socialmente, com amigos, em eventos, já não mais dentro de casa.”