A Revista do Expresso

Como peixe na água: perfil de Diogo Ribeiro, o nadador português

4 dezembro 2022 19:47

Luís Francisco

nuno botelho

E, de repente, Portugal descobriu que tem um nadador de classe mundial. Com 18 anos feitos há pouco tempo, três medalhas de ouro conquistadas e um recorde do mundo enquanto júnior, Diogo Ribeiro não se deslumbra nem facilita. Ele sabe que a caminhada para o topo só agora começou e que a vida dá muitas voltas — no seu caso, algumas bem dramáticas. Para já, está onde quer e a fazer o que gosta

4 dezembro 2022 19:47

Luís Francisco

foto foi publicada no Facebook por Fernando Pimenta. Lado a lado nas bancadas do Estádio da Luz, sorrisos rasgados e dedos apontados para o símbolo da águia ao peito, estão o campeão olímpico do triplo salto, o canoísta português mais medalhado de sempre e o recordista do mundo júnior nos 50 metros mariposa. Pedro Pablo Pichardo, Fernando Pimenta e Diogo Ribeiro. Se reagiu a esta descrição com um incrédulo “Diogo quê?!” é porque tem andado distraído... Com 18 anos feitos no final de outubro, o jovem nadador do Benfica conquistou a notoriedade pública depois dos Mundiais de juniores em Lima, em setembro. Trouxe do Peru três medalhas de ouro, assinou um recorde do mundo e a sua vida deu uma grande volta. Não foi a primeira.

“Quando era pequeno gostava da ideia de ser famoso. Agora, se calhar, já não acho tanto isso”, assume Diogo, disponível para conversar depois de mais um treino nas piscinas do Jamor, mas sempre mais reservado quando se fala da sua vida pes­soal. “Não gosto muito de falar da minha vida. O que perguntam eu respondo, se vir que dá. Mas acho que não há necessidade de as pessoas saberem da vida das outras.” Bom, a fama tem um preço... “Sou a mesma pessoa, a diferença agora é que há mais pedidos de entrevistas, as pessoas abordam-me onde quer que vou. No outro dia, num jogo do Benfica, fui para a bancada, como uma pessoa normal. Mas havia tanta gente a querer tirar fotografias comigo... Houve até um adepto que rasgou o canto de um daqueles cartazes em que pedem a camisola dos jogadores para eu autografar!” Sorri. “Isso, se calhar, era uma coisa que até dispensava...”