A Revista do Expresso

A grande invasão dos bots. Falar com as máquinas será cada vez mais natural

29 outubro 2022 13:08

Enquanto muitos jovens se entretêm a falar com bots, há profissões que já não conseguem viver sem a ajuda da inteligência artificial. Os grandes modelos da linguagem prometem dar um salto evolutivo sem precedentes, mas ninguém sabe ao certo como funcionam. Na China, há textos censurados mal são escritos, e nos EUA há quem compare bots com crianças de sete anos. A avaliar pela futura legislação europeia, podemos estar apenas no início da história

29 outubro 2022 13:08

No princípio era o verbo, e “Eliza” e “Parry” não tinham como evitá-lo. “Eliza”, nada e criada para psicoterapeuta, vinha do Instituto de Tecnologias de Massachusetts (MIT), perto de Boston, e já tinha conseguido enganar humanos. “Parry”, com perfil esquizofrénico e proveniência da Universidade de Stanford, nos arredores de São Francisco, surgiu com a missão de pôr dois agentes de inteligência artificial (IA) a conversar pela primeira vez na história.

O famoso diálogo haveria de valer a Joseph Weizenbaum, que criou “Eliza”, e a Kenneth Colt, que gerou “Parry”, entradas diretas nas enciclopédias. Passados 50 anos, os estudos da IDC estimam que o mercado da IA que dialoga vale mais de 77 mil milhões de dólares (€78 mil milhões). Pode não ter acrescentado muito à eloquência, mas 18 de setembro de 1972 foi, sem dúvida, um dia grande para os bots.