“Quando os seres humanos entram em contacto com a morte e a doença, costumam dar um passo atrás e fazer perguntas existenciais. Por exemplo: o que dá sentido e felicidade à minha vida?” Esta pergunta foi feita há um ano por Anthony Klotz, um professor de gestão na Universidade de Austin, e serviu para explicar uma ideia simples: devido ao trauma da pandemia, milhões de pessoas iriam perceber que não se sentiam realizadas pelo seu trabalho.
Klotz chamou a esta tendência “Great Resignation” (“Grande Demissão” em português), e os números têm-lhe dado razão: mais de 4 milhões de pessoas despediram-se nos Estados Unidos da América só durante o mês de junho, e os dados oficiais mostram que cerca de 11 milhões de postos de trabalho no país estão vagos. Há 900 mil vagas por preencher no Japão, e no Reino Unido o número de anúncios de emprego é superior ao número de pessoas desempregadas pela primeira vez desde que há registos.
“É natural que esta tendência esteja a chegar a Portugal e à Europa. O mercado de trabalho está mais desequilibrado a favor dos trabalhadores: têm mais alternativas de emprego”, diz Pedro Martins, economista e ex-secretário de Estado do Emprego do Governo de Passos Coelho. “Há vários anos que as empresas não tinham tantas dificuldades em encontrar trabalhadores”, resume Helena Lopes, economista do trabalho e docente no ISCTE.
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