A Revista do Expresso

Os banqueiros que a justiça (não) julgou. São 130 anos repletos de histórias para conhecer

28 agosto 2022 19:59

Ricardo Salgado Ex-presidente do BES

A história financeira dos últimos 130 anos mostra que os banqueiros raramente eram condenados. No século XXI algo mudou. Oliveira Costa, João Rendeiro e Ricardo Salgado são disso exemplo

28 agosto 2022 19:59

Em 1891 vários bancos portugueses sofreram uma corrida aos depósitos. O Banco Lusitano, o segundo maior de Lisboa, teve de suspender os pagamentos. Este era o banco principal, e um dos principais acionistas, da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, “onde esta tinha várias contas de títulos, depositava à ordem dinheiros, por intermédio dele se levantavam créditos importantes nas praças estrangeiras, etc.”, como disse em tribunal Mendonça Cortez, presidente do Banco Lusitano.

No século XIX os momentos mais complicados na vida financeira tinham ocorrido em 1846, ainda que não tivessem conduzido a processos judiciais. “Depois há evidentemente a vaga de falências relacionadas com a crise de 1891”, como refere Nuno Valério, professor no ISEG e historiador económico. Nesta altura, com o peso da dívida que valia 15 vezes as receitas totais do Estado, o agravamento do défice comercial com a contração das remessas brasileiras e a incapacidade de concessão de crédito por parte do Baring Brothers, a situação agravou-se. Em maio de 1891 suspendeu a convertibilidade e, em julho, saiu do padrão-ouro e, em 1892, foi declarada a bancarrota parcial.

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