20 agosto 2022 23:17

ARTESANAL O fumeiro de Octávia Rebelo funciona a uma escala reduzida. A Salsicharia Canense está aberta desde 1997, mas a aventura dos enchidos já tinha começado antes
São veneradas e enriquecem a nossa cultura gastronómica com o seu trabalho de excelência. Há um Olimpo feminino que fomos descobrir
20 agosto 2022 23:17
riadoras, preservadoras e transformadoras do universo.” Eis uma frase que define as deusas. À margem de estereótipos como a beldade, na mitologia, as divindades são mulheres de grande reverência e veneração. Em 2013, a “Time” fez uma capa com David Chang, René Redzepi e Alex Atala com a chamada “The Gods of Food”. A opinião pública americana questionou o critério de definir três chefes de cozinha, homens, como “deuses da comida”. O autor do artigo, Howard Chua-Eoan, deu uma entrevista à “Eater” onde afirmava que o mundo da cozinha “é um clube de rapazes” e que “influência e prestígio” estão associados a figuras masculinas...
Desconstruindo esta ideia feita, sucedem-se exemplos de mulheres que ao longo da história transformaram a cozinha e a alimentação, com exuberância ou de forma discreta, desempenhando diferentes papéis. Como Catarina de Médicis, que em 1547, ao casar com Henrique II de França, levou de Itália para a corte francesa o uso de alcachofras e espargos, o creme zabaione, a massa choux e os biscotti de amêndoa, uns antepassados dos macarons. Catarina de Médicis influenciou a história, tal como o faz o guia “Michelin”, que em 1933 atribuiu à chefe Eugénie Brazier, de 38 anos, duplamente três estrelas aos seus dois bistrôs La Mére Brazier, em Lyon e Luere. A senhora Brazier foi a primeira e única pessoa a conseguir tal feito na história da publicação e foi a primeira chefe de cozinha do mítico Paul Bocuse.