15 agosto 2022 9:50

Nos últimos 20 anos, mais de 100 pessoas entraram no programa de proteção de testemunhas em Portugal. Com a “cabeça a prémio” por terem colaborado com as autoridades, foram obrigadas a mudar de nome e de casa, chegaram a sair do país e até tiveram de alterar a aparência, com recurso a cirurgias plásticas. Só assim escaparam a uma sentença de morte
15 agosto 2022 9:50
Teresa (nome fictício) tinha ido visitar a irmã e o cunhado quando um homem armado entrou de rompante pela casa, no distrito de Leiria, e assassinou o casal a sangue-frio, num violento ajuste de contas provocado por dívidas e vingança. Por milagre, conseguiu esconder-se sem que o homicida a tivesse visto, mas não tardaria a ficar também com a “cabeça a prémio”. Era a única testemunha ocular do crime. Só ela podia garantir uma condenação.
As ameaças de morte, praticamente diárias, começaram a chegar-lhe mal o processo arrancou em tribunal. Para assegurar que não viria a ter o mesmo desfecho trágico dos familiares, o juiz do caso aconselhou-a a entrar para o programa de proteção de testemunhas. Se alguma vez queria voltar a dormir descansada, teria de mudar radicalmente. Em tudo. Mudar de nome, de casa, de região, de aparência... Teria de deixar de ser ela. Tornar-se outra pessoa. Talvez para sempre.