Legalização da eutanásia "não respeita o espírito da Constituição", diz Cavaco Silva
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/Lusa
Em declarações à Renascença, o antigo Presidente da República criticou os deputados pela “prioridade” dada a este assunto na Assembleia da República. Estamos perante “mais um sinal da deterioração da nossa democracia”, disse
O ex-Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, considera que a legalização da eutanásia "não respeita o espírito da Constituição".
Em declarações à Renascença, Cavaco Silva criticou os deputados pela “prioridade” dada a este assunto na Assembleia da República. "Num país como Portugal, com um dos piores riscos de pobreza e exclusão social da União Europeia (...) a prioridade dos deputados é a legalização da prática da eutanásia, autorizar um médico a matar outra pessoa."
Segundo o antigo Presidente da República, tal foco representa "mais um sinal da deterioração da nossa democracia".
Cavaco Silva também alertou que “autorizar por lei um médico a matar outra pessoa é um salto no desconhecido extremamente perigoso”. “Em alguns países europeus têm sido reportados casos de pressões sobre idosos e doentes para que aceitem ser mortos. Os mais velhos e os doentes são os mais frágeis.”
O diploma que regulamenta a morte assistida será votado na especialidade na quarta-feira, na comissão parlamentar de assuntos constitucionais, liberdades e garantias. À votação na especialidade seguir-se-á a votação final global em plenário e a avaliação por parte de Belém.
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