Existem 28 freguesias em Portugal onde não nascem bebés há pelo menos cinco anos

Há 28 freguesias em Portugal, distribuídas por duas dezenas de concelhos (quase todos no interior do país e dois nos Açores), em que, nos últimos cinco anos, não nasceram bebés, avança o “Público” esta terça-feira.

Para compreender o que se passa nestas freguesias “é preciso perceber se lá existem mulheres em idade fértil”, diz a demógrafa e professora na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas de Lisboa, Maria João Valente Rosa, em declarações ao matutino.

“Se forem localidades muito envelhecidas, tendo em conta que as mulheres têm uma idade limite [para engravidar] — que em termos estatísticos vai até aos 50 anos —, é muito natural que os nascimentos não venham a acontecer”, explica.

Esta notícia surge num momento em que os números das Estatísticas Vitais, divulgados na segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), contam uma narrativa algo diferente: nasceram 87.020 bebés em 2018, mais 866 do que em 2017.

“O interior é aquele que é mais fustigado com a saída das mulheres em idade fértil e, por conseguinte, com a redução da natalidade”, diz Maria Filomena Mendes, ex-presidente da Associação Portuguesa de Demografia, ao jornal.

Alguns dos concelhos mais afetados pela escassez de nascimentos são Chaves, Bragança, Idanha-a-Nova, Nisa, Montalegre, Nisa, Guarda, Oleiros e Almeida.