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Nercab tem restaurante que é uma escola

1 dezembro 2009 19:26

José Furtado, Reconquista

As refeições são confeccionadas e servidas pelos formandos dos cursos de hotelaria e cozinha

josé furtado- reconquista

A Associação Empresarial de Castelo Branco decidiu abrir o restaurante pedagógico ao público. O objectivo é treinar os formandos dos cursos de hotelaria e cozinha. (Ver vídeo no final do texto)

1 dezembro 2009 19:26

José Furtado, Reconquista

Entrada, prato de peixe, prato de carne, duas sobremesas e uma sopa. Esta é a base da ementa que os formandos do curso de cozinha promovido pelo Nercab, a Associação Empresarial da Região de Castelo Branco, têm de ter na mesa obrigatoriamente às 13 horas.

O restaurante pedagógico do Nercab abre ao público às segundas e sextas-feiras para o almoço, com ementas a preços simbólicos. O objectivo da associação não é fazer concorrência a ninguém, mas sim ajudar os alunos na sua formação.

"Se os formandos se servirem a eles próprios eles nunca evoluirão da mesma forma se tiverem pessoas estranhas a ser servidas", diz Benjamim Rafael, director-executivo do Nercab.

Vol-au-vent de marisco, sopa de castanhas com pinhões, filetes de linguado com molho bercy, granadinhos de vitela com molho madeira, pêra embriagada e tarte de requeijão era a ementa para o almoço no dia em que o Reconquista visitou a cozinha.

Carlos Farias, o coordenador da área de cozinha, reúne com os formandos às nove da manhã, para uma primeira abordagem às receitas e distribuição de tarefas. Os alunos trabalham em grupos, que ficam responsáveis por cada um dos pratos. Uma hora depois começa a elaboração.

A aprendizagem, que já leva alguns meses, começou com as técnicas de corte de legumes e amanho de peixe e carne. Depois vem a confecção e decoração.

"À medida que eles vão evoluindo na cozinha aumentamos o grau de dificuldade das receitas", explica Carlos Farias.

Os formandos vão rodando pelos vários tipos de pratos, também para detectar vocações. A de Cristina Esteves, uma idanhense de 36 anos, é a panificação e pastelaria, onde até já tem alguma experiência.

"Eu tenho um objectivo, que é criar a minha empresa", diz. Nos primeiros tempos do curso confessa que sentiu alguma decepção, com a formação teórica. Mas a partir do momento em que vestiu a farda para trabalhar o caso mudou de figura.

A farda de Cláudia Pires é diferente. De camisa branca e laço preto o seu trabalho é de contacto com o cliente. Para ela não é uma novidade. Aos 36 anos tem no currículo a passagem por um hotel e vários serviços em casamentos e baptizados. Falta-lhe o 12.º ano, que pretende concluir, ainda para mais numa área que conhece e na qual continua a ver o seu futuro.

"Acho que ainda é um dos cursos que tem mais saída de mercado", diz.

O Nercab tem a decorrer cinco acções de formação em restauração, para cozinheiros e empregados de mesa. Entre estas há formação de longa duração, com possibilidade de prosseguimento de estudos, e outras de pequena duração, para aumentar conhecimentos.

A partir de Janeiro de 2010 esperam vir a reconhecer competências através do centro Novas Oportunidades.