Presidente

Marcelo: que desfecho para a crise? Está nas mãos do Governo

13 maio 2023 9:14

Marcelo, Costa, Guterres e Felipe VI de Espanha, juntos esta semana para a entrega do Prémio Carlos V

pierre-philippe marcou/afp/getty images

Tolerância zero. Galamba inicia nova fase na coabitação. PR não será oposição, mas sempre que divergir do Governo o país saberá

13 maio 2023 9:14

Responsabilizar um Governo que classificou publicamente de irresponsável é o pilar chave da estratégia do Presidente da República para gerir a crise política desencadeada pela não demissão do ministro das Infraestruturas. Mais sisudo, mais silencioso, mais gestual do que verbal mas sem deixar de sugerir que lhe interpretem os silêncios, Marcelo Rebelo de Sousa ainda não sinalizou em Belém quaisquer alterações ao ritmo, natureza ou prioridades da sua agenda pública e não é certo que o venha a fazer. A única certeza entre os seus mais próximos colaboradores é que Marcelo deixou de ser aliado de Costa. Mas daí a concluir-se que se assumirá chefe da oposição ao Governo (como Soares fez com Cavaco, complicando a vida a Guterres, que então liderava a oposição) vai um passo que todos dizem não se lhe colar à pele.

“Marcelo tem um potencial destrutivo brutal e quando o levam a bem, corre bem, mas quando o levam a mal, ninguém o pára”, explica quem o conhece de perto há muitos anos. Só que uma coisa é Marcelo à solta e outra é Marcelo chefe de Estado. Aqui, a costela institucionalista, que também lhe está no ADN, pesa. E o “escorpião” que muitos já relataram ter encontrado na vida surge mais condicionado.