Partidos

Chega e liberais com dificuldade em mobilizar ruas

30 abril 2023 20:42

Hugo Franco

Hugo Franco

Jornalista

josé fernandes

Ambos os partidos reclamam que a rua não é um exclusivo da esquerda, mas anunciam protestos de grande envergadura que não se cumprem

30 abril 2023 20:42

Hugo Franco

Hugo Franco

Jornalista

André Ventura prometeu “a maior manifestação de sempre contra um dignitário estrangeiro em Portugal”, mas o protesto contra a presença de Lula da Silva a 25 de abril não terá juntado mais de meio milhar de pessoas. Sensivelmente o mesmo número que se concentrou em frente ao CCB quando, a 12 de novembro de 2012, Angela Merkel visitou Portugal nos anos de chumbo da troika. Mas os protestos contra a então chanceler alemã foram muitos e não apenas aquele localizado, pelo que a manifestação do Chega contra o Presidente do Brasil ficaria sempre aquém. “Não há qualquer comparação”, confirma fonte policial ao Expresso. “Nessa altura, estávamos a falar de mais de 10 vezes mais o número de pessoas presentes no protesto anti-Lula.”

Apesar de crescer nas sondagens e de há muito estar consolidado como terceira força política, o Chega continua sem conseguir fazer a sua “primeira grande concentração” prometida em outubro, quando Ventura anunciou que o partido iria promover a criação de uma federação sindical. A Solidariedade, que pediu o nome emprestado à congénere do amigo espanhol VOX e tenta fazer eco do mítico sindicato polaco, ainda não saiu do papel. Inicialmente prevista para janeiro, essa primeira grande demonstração de força na rua foi adiada para o fim do primeiro trimestre — segundo fonte oficial do partido, devido ao chumbo dos estatutos pelo Tribunal Constitucional e à consequente necessidade de realizar um congresso extraordinário. Mas também ainda não foi desta. Contactado pelo Expresso, o Chega não respondeu ao pedido de um ponto de situação.