26 março 2023 22:05

Dois deputados do Chega participaram na manifestação da CGTP
tiago petinga/lusa
Partido vai adiando demonstração de força nas ruas, que estava prometida para o primeiro trimestre, e prepara reunião internacional
26 março 2023 22:05
O Chega continua sem conseguir fazer a “primeira grande concentração” prometida em outubro, quando André Ventura anunciou que o partido iria promover a criação de uma federação sindical. A Solidariedade, que pediu o nome emprestado à congénere do amigo espanhol Vox e tenta fazer eco do mítico sindicato polaco, ainda não saiu do anúncio. A demonstração inaugural do “domínio da rua” pelo Chega, que, como sublinhou Ventura, “não é um exclusivo da esquerda”, estava prevista para o início deste ano, mas acabou por não se concretizar. O partido justificou o atraso com a necessidade de fazer um novo congresso após o chumbo dos estatutos pelo Tribunal Constitucional. No entanto, deputados do Chega já se juntaram a manifestações do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP) e da CGTP. Ambas as estruturas sindicais têm ligações mais do que conhecidas tanto à esquerda mais tradicional (o PCP, no caso da CGTP), como à esquerda mais musculada (o MAS, no caso do STOP).
No final de janeiro percebeu-se que o Chega atrasaria a luta na rua para tentar arrumar a casa na V Convenção Nacional, em Santarém. Fonte oficial do partido justificava então o atraso ao Expresso: “Devido à convenção, que não estávamos à espera de realizar, só haverá novidades sobre o sindicato no fim do primeiro trimestre.” A uma semana de se esgotar o novo prazo, o Chega não respondeu ao pedido de um ponto de situação. Mas, no último sábado, os deputados Bruno Nunes e Rui Paulo Sousa estiveram presentes na manifestação da CGTP e rejeitaram qualquer tipo de “oportunismo”. Antes, Gabriel Mithá Ribeiro e Pedro Frazão tinham marcado presença em ações de luta do STOP, sendo acusados de “aproveitamento vergonhoso” por este sindicato.