O Banif tinha caído há meio ano, a comissão de inquérito estava já a meio, e o governador do Banco de Portugal era mais uma vez ouvido. Uma reunião tensa, como as que levaram inúmeras vezes ao Parlamento o líder contestado da autoridade bancária, ainda por cima grande rival do então recém designado ministro Mário Centeno.
Carlos Costa: “Os pressupostos macroeconómicos e as condições gerais de funcionamento determinaram que, no ano de 2013, os bancos, no seu conjunto dos oito, tivessem um agravamento dos resultados de 3000 milhões e não apenas o Banif [...]”.
João Galamba: “Desculpe insistir, mas os comentários que a Comissão Europeia faz são independentes dos pressupostos macroeconómicos que existem […]”.
Carlos Costa: “Sr. Deputado…”.
João Galamba: “Deixe-me acabar, Sr. Governador. Peço desculpa, mas quem faz as perguntas aqui sou eu”.
Carlos Costa: “Eu é que peço desculpa”.
Este é um momento de uma audição da comissão de inquérito ao Banif, realizada em 2015 e em 2016, em que João Galamba coordenava os socialistas nos trabalhos. Era um deputado que se debruçava sobre o que tinha de ser questionado, estudando os dossiês, que corrigia o que lhe diziam, que protestava, que insistia, que deixava palavras duras, e que tinha no então governador do Banco de Portugal e na antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, os seus fortes “inimigos” na vida política.
Com Maria Luís Albuquerque, também se encontram exemplos semelhantes.
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