O dia era 21 de março de 2003, sexta-feira. Os Estados Unidos tinham acabado de iniciar a segunda Guerra no Iraque, depois de uma célebre cimeira nas Lages. A sessão parlamentar na Assembleia da República tinha começado por volta das 15h, e poucos minutos depois o deputado do PSD Guilherme Silva encerrava uma intervenção sobre a decisão de George W. Bush: um “momento particularmente difícil para o mundo” que “não desejávamos e que tudo fizemos para evitar,” garantia o deputado.
Depois disso, tomou a palavra o Presidente da Assembleia da República, João Mota Amaral (PSD).
“Há um outro assunto prévio sobre o qual quero informar a Câmara. Antes do começo da sessão, verificando que os Srs. Deputados do Bloco de Esquerda envergavam camisolas com sinais demonstrativos da respectiva posição no momento presente, pedi-lhes o favor de prescindirem dessa manifestação das suas posições”, pediu a então segunda figura do Estado.
Os deputados bloquistas visados por Mota Amaral eram três: Luís Fazenda, Joana Amaral Dias, e João Teixeira Lopes. Os três envergavam camisolas pretas com uma mensagem clara escrita a branco: “Não em nosso nome”, referindo-se ao apoio do Governo português à guerra no Iraque.
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