10 janeiro 2014 16:34
Advogado vai integrar um dos 18 lugares do International Advisory Board, onde estão personalidades como Robert Zoellick ou Otmar Issing.
10 janeiro 2014 16:34
José Luis Arnaut foi hoje nomeado para o International Advisory Board (Conselho de Consultivo Internacional) da Goldman Sachs, um dos mais restritos grupos da alta finança, que é constituído por 18 membros e liderado por Robert Zoellick, ex-presidente do Banco Mundial.
Arnaut vai ter a seu lado nomes como Otmar Issing, antigo economista chefe do Banco Central Europeu, ou Lord Griffiths, ex-conselheiro de Margaret Thatcher.
Este conselho de administradores não-executivos foi criado para servir como apoio para os principais clientes em todo o mundo em temas como estratégia, política e assuntos económicos. Mas serve sobretudo para abrir portas para futuros negócios para o banco americano.
Zoellick enfatiza, no comunicado oficial do banco americano, os "riquíssimos conhecimento e experiência" neste mercado e salienta que Arnaut "é um excelente reforço para o International Advisory Board".
José Luís Arnaut é o primeiro português a assumir este cargo e substitui o ex-primeiro ministro italiano e antigo comissário europeu Mario Monti. Sob a sua responsabilidade terá o mercado do sul da Europa e também países do Médio-Oriente, a África francófona e ainda Angola e Moçambique. O advogado vai permanecer no 'board' managing partner da CMS Rui Pena & Arnaut (RPA, bem como no 'board' da CMS Legal.
Além da intensa carreira política, como deputado e ministro, José Luís Arnaut teve um pé em grandes operações. Esteve nas privatizações da REN (foi nomeado seu administrador não-executivo, após a alienação) e da ANA (foi assessor jurídico do concorrente que ganhou a privatização da ANA, o grupo francês Vinci e, depois, passou a presidir à assembleia-geral da empresa), tendo sido a escolha da TAP para a operação de venda de capital que o Estado tem na companhia (e que não se concretizou).
Aliás, chegou a ser acusado de favorecimento nas privatizações. E a sua nomeação para a REN foi polémica, já que a Rede Elétrica Nacional é cliente do seu escritório e a RPA participou, através de um contrato com a então Direção-Geral de Energia, na elaboração das propostas de lei de base e respetivos diplomas regulamentares do que viria a ser o novo enquadramento legislativo nos sectores da eletricidade, gás natural e petróleo. Já esteve na recente oferta pública de venda dos CTT à Goldman, que com 4,99% se tornou no maior acionista dos Correios.
Nas negociações dos swaps com o Estado, a firma de Arnaut representou também os interesses de alguns bancos, entre os quais a Goldman e o JP Morgan e as reestruturações do BCP e do Banif contaram com a sua mão.
A RPA também assessorou o negócio de compra do capital da empresa SD Gás - Serviços e venda de Gases Liquefeitos de Petróleo pela Gascan e representou a Câmara Municipal de Lisboa (mandato de Carmona Rodrigues) no tribunal arbitral criado para dirimir vários litígios entre o município e o consórcio que construiu o túnel do Marquês.
Arnaut foi eleito deputado à Assembleia da República (AR) em 1999 e foi ministro-adjunto do primeiro-ministro (Durão Barroso), entre 2002 e 2004, bem como ministro das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional, entre 2004 e 2005. Presidiu à Comissão de Negócios Estrangeiros da AR e é, desde 2009, presidente da Comissão Parlamentar de Defesa Nacional da Assembleia da República.
Clique na imagem em baixo para ler o comunicado (em inglês) da Goldman Sachs