Política

Governo regional dos Açores pede eleições antecipadas para 4 de fevereiro

Governo regional dos Açores pede eleições antecipadas para 4 de fevereiro
Hugo Moreira

Coligação PSD-CDS-PPM já não vai apresentar uma segunda proposta orçamental para convencer a oposição, e pede eleições antecipadas a 4 de fevereiro

Poucos dias após o chumbo do Orçamento Regional para 2024, o líder do PSD/Açores e presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, admitiu esta quinta-feira ao Presidente da República que “parece uma inutilidade” apresentar uma segunda proposta “sem [haver] uma garantia da sua aprovação” por parte dos partidos da oposição,

Na última quinta-feira, o Governo PSD-CDS-PPM ficou a dois votos de garantir a aprovação do documento para o último ano da legislatura, dado os votos contra de PS, Iniciativa Liberal e Bloco de Esquerda. O deputado independente Carlos Furtado (ex-Chega) votou a favor, enquanto Chega e PAN abstiveram-se. Logo de seguida, Marcelo Rebelo de Sousa convocou todos os partidos com assento parlamentar ao Palácio de Belém.

Após o encontro com o Presidente da República, o líder do CDS-PP/Açores e vice-presidente do Governo Regional defendeu a realização de eleições antecipadas a 4 de fevereiro. "Não havendo garantia de o orçamento passar não vamos estar a atrasar os Açores. O nosso princípio é da estabilidade, da estabilidade orçamental, da estabilidade social. Precisamos de um orçamento o mais rápido possível. Só há uma hipótese. Eleições antecipadas e o mais rápido possível", afirmou Artur Lima.

Artur Lima acusou ainda a Iniciativa Liberal (IL) e o Chega de se aliarem à esquerda para "derrubar um Governo de direita" e pediu aos açorianos para que "tenham isso em conta e castiguem esses partidos" no próximo ato eleitoral.

Após falar com Marcelo, Boleiro quis “deixar bem claro” isto: "Não estamos agarrados ao poder, estamos sim firmes e determinados no cumprimento responsável de uma missão de governar os Açores".

Na oposição, o líder do PS/Açores fala numa coligação marcada por “conflitos”. Vasco Cordeiro, que liderou o governo regional dos Açores entre 2012 e 2020, considera que “início de fevereiro é uma boa data” para levar os açorianos outra vez às urnas. E garante um PS preparado, que “tem condições para apresentar esse projeto de futuro e de progresso” aos Açores.

“O PS espera e defende que se deve devolver a palavra aos açorianos” para dar “outro rumo para a região”, continuou Cordeiro. Para o deputado socialista, os “dados demonstram que os Açores estão a ficar para trás” em várias áreas, e “até no turismo”.

Quanto à coligação de direita, Cordeiro atira. “Deram cabo do que julgavam ser uma maioria no Parlamento e, durante três anos, perderam mais tempo em tricas internas do que a levar os Açores para a frente.”

"Tendo em conta que este chumbo do orçamento não foi apenas uma chumbo do orçamento, mas uma rutura que já vinha de trás, parece-nos que uma saída para este impasse significa a convocação de eleições antecipadas a breve prazo", disse António Lima, dirigente do BE/Açores, à saída do encontro com Marcelo Rebelo de Sousa.

O chumbo do orçamento "foi o culminar de uma situação de instabilidade" de um governo regional que “não resolveu os problemas essenciais” da região, acrescentou, pedindo que que as eleições antecipadas não coincidam com os outros atos eleitorais previstos para 2024 (eleições antecipadas para a Assembleia da República, em março, e eleições europeias, em junho), para que os problemas dos açorianos não sejam “abafados”.

Já a IL defendeu a dissolução da Assembleia Legislativa e a realização de eleições regionais antecipadas para 4 ou 11 de fevereiro, acusando o atual presidente do governo açoriano de não ser um "homem de confiança".

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