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Cavaco foi "antidemocrático"? Soares fez uma carta aberta contra Passos. Adivinhe quem assinou

Cavaco foi "antidemocrático"? Soares fez uma carta aberta contra Passos. Adivinhe quem assinou
Armando Franca

Duarte Cordeiro, Pedro Delgado Alves, Pedro Nuno Santos, João Galamba, João Torres e Ferro Rodrigues assinaram, em 2012, uma carta aberta lançada pelo ex-Presidente Mário Soares contra o Governo de Passos Coelho. Hoje, socialistas acusam Cavaco de “ódio”, “raiva” e de ser "antidemocrático"

Os socialistas desmultiplicaram-se em reações ao discurso de Cavaco Silva do passado fim de semana, em que o ex-Presidente da República arrasou o Governo de António Costa sugerindo-lhe um rebate de consciência que terminasse em demissão. Acusaram Cavaco de ser “antidemocrático”, de ter “perdido o sentido de Estado”, de “usar uma linguagem para lá dos limites aceitáveis em democracia” e de esbanjar “ódio” e “raiva”. Mas não era essa a leitura socialista da atuação de ex-chefes de Estado, se recuarmos ao primeiro ano de vida do Governo de Pedro Passos Coelho.

A 24 de novembro de 2012, o ex-Presidente da República Mário Soares dirigiu ao então primeiro-ministro do PSD uma carta aberta assinada por 70 personalidades de vários setores da sociedade portuguesa (Soares era o primeiro subscritor), em que acusava Passos de estar “a levar o país para o abismo” e lhe pediam que retirasse “as consequências políticas que se impõem, apresentando a demissão”.

Entre os subscritores estavam sete socialistas e alguns dos protagonistas e dos que têm sido chamados a gerir a atual crise política. A saber (e além de Ferro Rodrigues, ex-líder do PS e ex-Presidente da Assembleia da República), assinaram o ultimato de Soares a Passos o atual ministro das Infraestruturas João Galamba, o ex-ministro da pasta, Pedro Nuno Santos, o deputado Pedro Delgado Alves, o atual ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, e o secretário-geral adjunto do partido, João Torres.

O Governo de Passos e Portas tinha pouco mais de um ano de vida, governava sob resgate financeiro, mas o ex-Presidente Soares, que no início dos anos 80 também tinha governado o país com o FMI a mandar, entendeu que devia passar à oposição frontal à maioria de direita. “Perdeu-se toda e qualquer esperança”, lia-se na carta aberta, onde se acusava o Governo da AD de, munido de “um fanatismo cego”, estar a fazer “caminhar o país para o abismo”. Pediam ao primeiro-ministro que poupasse o país “ainda a mais graves e imprevisíveis consequências”, apresentando a demissão ao Presidente da República, que na altura era Cavaco Silva.

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