Favorita na corrida interna, Inês de Sousa Real viu este sábado ser renovada a confiança política enquanto porta-voz do PAN, no IX Congresso do partido, que se realizou em Matosinhos. Reeleita no cargo com 73% dos votos, a deputada única provou que controla a máquina partidária – ao contar com o apoio dos membros fundadores e da larga maioria de delegados –, conquistando mais uma vitória na reunião magna, após ter sido aprovada a sua proposta de alteração de estatutos. Uma proposta que aumenta de dois para três anos os mandatos dos órgãos, incluindo a Comissão Política Nacional (CPN). E, assim, mantém-se no cargo até 2026, ou seja, até às próximas legislativas (se não houver eleições antecipadas).
Se os opositores acusaram Sousa Real de se querer “perpetuar no poder”, a dirigente contrapôs e explicou que o objetivo é “ajustar os mandatos” dos órgãos a um período que permita uma “melhor consolidação dos trabalhos” face aos períodos eleitorais.
Num congresso marcado por momentos de tensão e várias interrupções por parte de uma minoria ruidosa, a lista alternativa liderada por Nelson Silva sofreu duas derrotas. Não só não conseguiu ver aprovada a sua proposta de alteração de estatutos, que visava descentralizar as decisões e abrir mais o partido aos filiados, como a sua lista conquistou apenas sete lugares na CPN, que é constituída em função do peso eleitoral de cada lista.
No final do Congresso, o ex-deputado e candidato à liderança não escondeu a frustração. "Saio deste Congresso com um sentimento agridoce. Foi muito importante termos conseguido apresentar esta candidatura, independentemente dos obstáculos que tivemos ao longo do caminho. Foi muito importante também dar hipótese de escolha aos nossos militantes, e o PAN merecia já ter um debate de ideias em Congresso, que é algo que tem faltado ao partido", disse aos jornalistas, insistindo nas críticas de “falta de democracia interna”.
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