Política

UGT: "O tempo é de mobilização e de luta"

Mário Mourão foi escolhido em novembro pela tendência sindical socialista
Mário Mourão foi escolhido em novembro pela tendência sindical socialista
tiago miranda

Mário Mourão falava nas comemorações do 1.º de Maio, Dia do Trabalhador, que a intersindical organizou nos jardins da Torre de Belém, em Lisboa

O secretário-geral da UGT afirmou hoje que o tempo é de mobilização e de luta e garantiu que acionará a cláusula de salvaguarda do Acordo de Rendimentos caso exista um agravamento da situação económica.

Mário Mourão falava nas comemorações do 1.º de Maio, Dia do Trabalhador, que a intersindical organizou nos jardins da Torre de Belém, em Lisboa.

“Se assistirmos a um agravamento da situação económica e social do país, não teremos hesitações e acionaremos a cláusula de salvaguarda [do Acordo de Melhoria dos Rendimentos, dos Salários e da Competitividade], para que situações passadas não se voltem a repetir, nomeadamente as que fragilizam a situação já precária dos trabalhadores e das suas famílias”, disse.

Mário Mourão afirmou que o trabalho neste domínio “não está concluído, há ainda muito a fazer”.

“Não aceitaremos que este Acordo se fique pelo papel e que não seja acompanhado por políticas que lhe deem forma e consistência”, disse.

Realçando as suas ações na defesa dos trabalhadores, defendeu que “o tempo é de mobilização e de luta” e justificou: “no nosso ADN está o diálogo e a negociação, mas não abandonaremos as ações de luta sempre que se justifiquem, como aliás já está a acontecer em vários setores de atividade”.

“Estamos ao lado dos trabalhadores e faremos tudo para que não sejam eles os únicos a pagar a fatura das sucessivas crises que enfrentamos”, acrescentou.

A UGT desafiou ainda o Governo a concretizar a intenção de desagravamento de impostos em dois mil milhões de euros “e efetivamente diminuir a carga fiscal, nomeadamente aquela que diz respeito aos rendimentos do trabalho e mais intensamente no IRS, uma vez que é este imposto que mais sobe em percentagem com o PIB”.

Os empresários não ficaram de fora do apelo da intersindical, a quem pediu que “assumam o compromisso, sem reservas, de contribuir para o esforço coletivo de aumento dos salários e da melhoria das condições de trabalho dos seus trabalhadores, por via da negociação coletiva”.

Considerou ainda “inaceitável que ainda existam empresas que persistem na perseguição e no assédio a trabalhadores que são discriminados pelo simples facto de serem sindicalizados”.

Exortou também os sindicatos “a dinamizar a negociação coletiva e a promover o diálogo social nas empresas”.

“Vivemos, aqui e ali, tentativas, mais ou menos encapotadas, de enfraquecer o papel e a intervenção dos parceiros sociais naquele que deve ser o fórum privilegiado para o reforço do diálogo e da negociação. Não podemos repetir situações do passado recente nem permitir manobras que enfraqueçam a concertação social”, salientou.

Para Mário Mourão, “são os sindicatos, em particular os da UGT, o garante de uma negociação responsável que não cede a populismos”.

Além dos trabalhadores e dos jovens, garantiu ainda que se bate pela defesa dos pensionistas e sublinhou “a necessidade de assegurar a sustentabilidade da Segurança Social e a adequação da proteção social”.

“Aguardamos com expetativa as conclusões do estudo da Comissão, nomeada pelo Governo, para a Sustentabilidade da Segurança Social, no sentido de diversificar as suas fontes de financiamento face à evolução digital e tecnológica em curso, no mundo do trabalho”, disse.

Garantiu que a UGT está atenta “a eventuais tentativas de alteração” de um modelo “público, universal e solidário”.

“Uma qualquer reforma da segurança social não pode ser feita sem aqueles que a financiam, em concertação social, entre trabalhadores e empregadores, garantindo uma importante base de reconhecimento e coesão sociais”, disse.

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