Política

Montenegro acusa Governo de não "compreender situação real" do país e pede "data alternativa" para europeias

Montenegro acusa Governo de não "compreender situação real" do país e pede "data alternativa" para europeias
ANTÓNIO COTRIM

À saída da audiência em Belém, o líder do PSD manifestou-se “apreensivo” com o Governo e alertou para o risco de uma “abstenção histórica” se as eleições europeias se realizarem a 9 de junho de 2024

Invocando o "recato institucional", Luís Montenegro recusou revelar que solução tem a direita para o país, num eventual cenário de eleições antecipadas, após o encontro com o Presidente da República (PR). À saída da audiência em Belém, uma semana depois de Marcelo ter afastado a dissolução do Parlamento, o líder social-democrata manifestou-se preocupado com a conjuntura e acusou o Governo de não estar a compreender a “real situação” do país.

“Tivemos oportunidade de transmitir que no PSD vemos este momento como um momento muito singular em que vivemos em dois países: o país dos Powerpoint, das festas, dos anúncios e o país da vida quotidiana, da vida real, da rotina de muitos portugueses que todos os dias enfrentam a dificuldade de não terem dinheiro para fazerem face a despesas elementares”, afirmou Montenegro, numa curta declaração sem direito a perguntas dos jornalistas.

Apontando para a diferença entre a mensagem do Executivo de “grande entusiasmo” e “alguma euforia” até com anúncios de medidas e de “obras grandiosas” com o PRR e a realidade dos portugueses, o líder social-democrata lamentou as “agruras da vida das famílias” que enfrentam dificuldades para pagar as prestações da casa ou para ter acesso a um médico de família.

“Tive ocasião de dizer ao PR que fico apreensivo, porque parece que o Governo não está a compreender a real situação em que muitos portugueses vivem. E isso é mau, porque não augura nada de bom no futuro em termos de mudança de políticas públicas", acrescentou.

Montenegro alertou ainda para o risco de as eleições europeias se realizarem a 9 de junho, na véspera de um feriado nacional, e pediu uma “data alternativa” para Portugal. Caso contrário, "vamos apresentar uma via verde para uma abstenção histórica", advertiu.

"Ou que a eleição seja marcada para outro dia: 26 de maio, 2 de junho ou até 16 de junho ou que se abra a possibilidade de haver nas eleições europeias uma data alternativa, isto é, que possa ocorrer em dois diferentes no espaço dos Estados membros da União Europeia (UE)", concluiu.

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