Exclusivo

Política

Submarino "Arpão" na missão mais longa: "É fechar a escotilha" e saber notícias da filha só "noutro porto", diz a sargento Oliveira

Sargento Paula de Sousa, chefe dos sistemas eletroacústicos do submarino "Arpão", antes do embarque de quatro meses para a missão Mar Aberto
Sargento Paula de Sousa, chefe dos sistemas eletroacústicos do submarino "Arpão", antes do embarque de quatro meses para a missão Mar Aberto
NUNO BOTELHO

É a primeira vez que um submarino português participa na iniciativa Mar Aberto, no Golfo da Guiné, onde na semana passada um petroleiro dinamarquês foi sequestrado por piratas. A mulher responsável pelo sistema de combate do navio vai passar quatro meses sem ver a filha que ainda não fez três anos

A sargento Paula de Oliveira, 38 anos, chefe dos sonares e sistemas acústicos do “Arpão”, já tinha feito missões de quatro meses numa fragata. Mas nunca fechada num submarino. É natural, porque a missão que o navio português inicia esta terça-feira é a mais longa já levada a cabo pelos submarinos desta classe: 120 dias de viagem, 13 mil milhas de navegação (cerca de 25 mil quilómetros), e 2.500 horas estimadas de imersão, no âmbito da Iniciativa Mar Aberto, no Atlântico Sul.

“Sou a responsável pelo sistema de combate do navio, e pelos sonares que são os olhos e os ouvidos do submarino, quando estamos lá em baixo”, explica, na doca da Base Naval do Alfeite, cinco dias antes do embarque. Quando fechar a escotilha, terá de se render àquele espaço limitado, a um beliche de 60 cm, que até à “parede” tem um espaço com outros 60cm”, onde ficam os pequenos cacifos em que ela e as outras duas mulheres do “Arpão” guardam aquilo que podem levar. Também terá de se render à saudade de uma filha que fará três anos dias depois de regressar, a 6 de agosto. “Estamos todos a passar por isto. É fechar a escotilha e voltar a abrir no Mindelo [Cabo Verde] e voltar a ter informação sobre a minha filha. Não temos nenhuma comunicação com o exterior enquanto navegamos. Fecha-se a escotilha e só se abre noutro porto”.

Artigo Exclusivo para assinantes

Assine já por apenas 1,63€ por semana.

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas