O comentador disse este domingo, na SIC, que com o programa Mais Habitação o Governo “matou a confiança do mercado”, e que até já estão em queda as intenções de arrendamento
Luís Marques Mendes diz que o Governo, com o seu programa Mais Habitação, apresentado na passada quinta-feira, cometeu o ‘pecado original’: “Matou a confiança do mercado, tanto dos senhorios como dos investidores” e de praticamente toda a gente que hoje vive o problema da falta de habitação.
No seu comentário semanal da SIC, aquele responsável diz que, no geral, o programa do Governo, depois de ter causado tanto ruído, “ficou muito aquém das expectativas”. E questiona: “vamos ter mais casas construídas, arrendadas e licenciamentos mais facilitados?”, responde que nada indica que isso irá acontecer e que “todos os sinais são muito negativos”.
E acusa ainda o primeiro-ministro António Costa de não se ter comprometido com nenhuma espécie de números, que possam quantificar os objetivos do programa Mais Habitação.
Marques Mendes aponta mesmo uma estatística recente, da base de dados Casafari, que revela uma quebra de 45% nas intenções de arrendamento habitacional, em Portugal, desde meados do mês de março, já em plena discussão pública do programa do Governo para o sector.
Ou seja, “não há nenhum sinal positivo” no sentido de que do programa Mais Habitação resulte mais construção ou mais arrendamento, sustenta o comentador.
O comentador sublinha ainda que a medida do arrendamento forçado, que o Governo pretende impor, “inquinou todo este debate [sobre habitação] e não vai servir para coisíssima nenhuma”. “O Governo ficou com a fama de ser radical, mas não vai arrendar nada”. E reforça ainda que “o arrendamento forçado foi um erro monumental”.
Luís Marques Mendes diz que ficou por criar uma linha de crédito bonificado para a realização de obras em casas devolutas, degradadas e abundam um pouco por todo o país.
Sobre a aplicação, pelo Governo, de IVA de 0% a 44 bens alimentares de primeira necessidade, Marques Mendes sustenta que “é uma medida que vai na boa direção e é positiva”. Nota que também tem o mérito de ter juntado o Governo, os agricultores e o sector da distribuição que “andavam de costas voltadas” e agora entenderam-se.
Marques Mendes diz mesmo que os supermercados vão cumprir com este acordo agora celebrado entre as várias partes porque, “se não o fizerem vão ter um dano reputacional muito grande”.
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