Política

Moreira da Silva vai ficar "totalmente focado" em novo cargo internacional

Jorge Moreira da Silva
Jorge Moreira da Silva
PEDRO SARMENTO COSTA/Lusa

O social-democrata, que concorreu contra Montenegro no ano passado, foi nomeado por António Guterres para liderar o organismo da ONU que apoia a execução de projetos e infraestruturas para a segurança, paz e desenvolvimento sustentável

Moreira da Silva vai ficar "totalmente focado" em novo cargo internacional

Liliana Coelho

Jornalista

Jorge Moreira da Silva vai deixar de ser uma ‘sombra’ ou uma possibiliade de oposição interna a Luís Montenegro no PSD. O antigo líder da JSD e ex-ministro, que no ano passado concorreu à liderança do partido, volta para um cargo internacional, desta vez para ser diretor-executivo da UNOPS, a Agência da ONU para as infraestruturas e gestão de projeto. Por inerência passa a ser secretário-Geral-Adjunto das Nações Unidas.

O ex-ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia foi nomeado pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para liderar o organismo da ONU que apoia a execução de projetos e infraestruturas para a segurança, paz e desenvolvimento sustentável em todo o mundo. E anunciou a escolha nas redes sociais.

“É com alegria e sentido de responsabilidade” que o social-democrata garante assumir o novo cargo, na sequência de um concurso público internacional “competitivo”, escreveu Moreira da Silva nas redes sociais. “Sedeada em Copenhaga e com escritórios espalhados por todos os continentes, a UNOPS é uma das maiores agências da ONU, com cerca de 5000 funcionários. Em 2021, a UNOPS concretizou mais de 1000 projetos, com um volume de investimentos de 3400 milhões de dólares, em cerca de 80 países”, explica.

Estarei, nos próximos anos, totalmente focado nesta missão de liderar, no terreno, a construção e a gestão das infraestruturas essenciais ao desenvolvimento sustentável, à segurança e paz, e ao combate às desigualdades e às alterações climáticas”, promete Moreira da Silva. Ou seja, deixa de pensar no PSD.

Afirmando que “não faltam causas” que aguardam o “melhor contributo” da UNOPS, o social-democrata sublinha que num momento de “tão grandes desafios”, o “mais importante é nunca desistir de lutar”.

Em comunicado, a ONU destaca o vasto currículo profissional de Moreira da Silva, atualmente professor catedrático convidado na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, professor adjunto na Paris School of International Affairs (Sciences Po) e fundador e presidente do think tank Plataforma para o Crescimento Sustentável.

Nota que recentemente dirigiu a Cooperação para o Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) em Paris (2016-2022) e chefe do secretariado do Comité de Ajuda ao Desenvolvimento (DAC). Estava, aliás, na OCDE quando decidiu concorrer à liderança do PSD.

Moreira da Silva foi derrotado por Montenegro com 72,5% dos votos nas diretas de maio de 2022.. Depois do congresso do PSD, em julho do ano passado,, Moreira da Silva remeteu-se a algum silêncio durante seis meses, mas nas últimas semanas tinha começado a tornar públicas algumas posições políticas, nomeadamente no que diz respeito ás relações dos sociais-democratas com o Chega.

Licenciado em Engenharia Eletrotécnica, foi ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia no Executivo de Passos Coelho, entre 2013 e 2015, depois de ter sido secretário de Estado da Ciência e Ensino Superior e do Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território, entre 2003 e 2005.

A ONU realça ainda a passagem de Moreira da Silva pelo Parlamento Europeu, entre 1999 e 2003, e a eleição enquanto deputado da Assembleia da República, em 2005. Mas acabaria por renunciar ao mandato em 2006, quando foi convidado por Cavaco Silva para ser consultor nas áreas da Ciência e Ambiente.

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