PCP entre os partidos mais ‘putinistas’ no Parlamento Europeu
Os partidos comunistas de Portugal e da Grécia estão entre aqueles que mais vezes votam contra ou se abstêm em resoluções que visam condenar o Kremlin
O jornal russo Novaya Gazeta elaborou uma detalhada análise do sentido de voto dos eurodeputados e da posição que vários partidos têm assumido no Parlamento Europeu quando é votada alguma resolução para condenar ou sancionar as decisões do Kremlin. Entre 2019 e 2023, o PCP, acompanhado pelo Partido Comunista da Grécia, está entre os que mais vezes votou contra ou se absteve em 22 resoluções contra a Rússia.
De acordo com o Novaya Gazeta, há um “grupo de eurodeputados ‘úteis’ para o Kremlin”, entre os quais “dois eurodeputados do Partido Comunista da Grécia e do Partido Comunista Português que votam quase sempre contra as resoluções anti-russas”.
Na lista dos 20 eurodeputados que mais rejeitaram resoluções condenatórias das políticas de Moscovo, o nome de Sandra Pereira, representante do PCP no Parlamento Europeu, surge em sexto lugar, tendo votado 15 vezes contra resoluções que prejudicam Moscovo, além das quatro vezes em que se absteve. Apenas por duas vezes Sandra Pereira votou favoravelmente resoluções europeias que visam a Rússia.
A análise do Novaya Gazeta indica que partidos populistas ou radicais são aqueles com maior propensão para votar contra resoluções que beliscam os interesses de Putin. Entre esses, destacam-se, sobretudo, a União Nacional (partido ultranacionalista francês), a Alternativa para a Alemanha (partido populista de extrema-direita alemão) e, por parte da esquerda radical, o Syriza da Grécia.
A União Nacional e a Alternativa para a Alemanha são as forças políticas mais “úteis” para os interesses do Kremlin, uma vez que ocupam 28 lugares no Parlamento Europeu e os seus eurodeputados votam frequentemente contra as resoluções que condenam Moscovo.
Outros partidos, como o Syriza ou o nacionalista Partido da Liberdade da Áustria, são mais cautelosos na hora de não se posicionarem contra os interesses do Kremlin, raramente votando contra as resoluções votadas no Parlamento Europeu, optando maioritariamente pela abstenção.
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