Política

IL: Rui Rocha critica "socialismo selvagem" e promete "romper com o bipartidarismo" e alcançar 15% nas legislativas

IL: Rui Rocha critica "socialismo selvagem" e promete "romper com o bipartidarismo" e alcançar 15% nas legislativas
NUNO BOTELHO

O candidato apoiado por Cotrim de Figueiredo promete “romper com o bipartidarismo” e define vários objetivos eleitorais: conquistar grupos parlamentares nas Regiões Autónomas, eleger pelo menos um deputado para o Parlamento Europeu e alcançar 15% dos votos nas eleições legislativas

O candidato à liderança da Iniciativa Liberal (IL) Rui Rocha considerou este sábado que Portugal vive uma situação de "socialismo selvagem" com "prejuízos diretos e claros" para os portugueses. E defendeu que a IL é uma alternativa para o país, apontando para uma meta de 15% nas próximas eleições legislativas

"Socialismo selvagem acho que é aquilo que define a situação atual em que temos estagnação económica, falta de soluções para o país, falência de serviços públicos, ocupação do aparelho do Estado por clientelas, nomeadamente do PS, portanto, uma falta total de soluções para o país", afirmou o deputado durante a apresentação da moção global de estratégia, no Porto, com a qual se apresenta às eleições internas da Iniciativa Liberal (IL) de 21 e 22 de janeiro.

E reforçou: "Sim, estamos numa situação de socialismo selvagem com prejuízo direto e claro para todo o país".

Perante uma sala cheia, e num discurso de mais de 40 minutos, Rui Rocha referiu que se dúvidas houvesse sobre o cenário de instabilidade que o país vive, essas ficaram dissipadas esta semana, numa alusão às últimas demissões no Governo PS. Na sua opinião, tornou-se "evidente" que há uma "degradação muito acelerada" da gestão e do Governo PS, liderado por António Costa. "Caminhamos a passos largos para um esgotamento quer político, quer da própria energia do Governo", salientou.

O liberal reforçou que o Governo está "completamente esgotado" na sua visão para o país, assim como na sua organização interna. Por isso, assumiu que a IL não teme nenhum cenário, estando "preparada" para qualquer um deles.

Ressalvando que a IL tem uma "enorme oportunidade eleitoral" nos próximos anos, o candidato à liderança considerou que nenhum partido está como a IL preparado para defender um Estado "enxuto, eficaz e eficiente".

Sobre os objetivos do partido para as três eleições que vão decorrer durante o mandato da comissão executiva liberal que sair da convenção eleitoral, o candidato aponta a ambição de "ter representação liberal em todos os parlamentos (Madeira, Açores, Nacional e Europeu), rompendo com o bipartidarismo e percorrendo caminho rumo à meta de 15% desejada para as próximas eleições legislativas". Assim, Rui Rocha fixa como meta um eurodeputado e dois deputados regionais em cada uma das regiões autónomas, ou seja, na Madeira e nos Açores.

Reduzir despesa pública para 35% do PIB

Na sua moção, além de manter as "bandeiras da IL" como a redução do IRS e do IRC e as privatizações da TAP, RTP e Caixa Geral de Depósitos, Rui Rocha propõe a revisão do calendário escolar, agilizar a construção de habitação, um plano de expansão ferroviária, a aposta em autoestradas de água e o combate aos confinamentos, bem como reduzir a despesa pública para 35% do Produto Interno Bruto (PIB) em dez anos.

No capítulo da habitação, o liberal pretende aumentar a oferta de habitação, revogando o Regulamento Geral das Edificações Urbanas (RGEU) e o Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE), substituindo-os por um novo regulamento simplificado.

Em matéria de transportes, o candidato quer expandir a rede de transportes ferroviários uma vez que é necessário interligar as capitais de distrito, "corrigindo as falhas do plano socialista".

Na área do ambiente, Rui Rocha aposta em autoestradas de água, na remodelação das redes de distribuição para diminuir as perdas e na expansão da oferta de água por via da dessalinização em parceria com privados.

Entre o conjunto de medidas apresentadas, vincou ainda a importância de reduzir a carga fiscal e a burocracia para os profissionais liberais e trabalhadores independentes. Também salientou a necessidade de reformar o Estado com um novo sistema de informação da organização do Estado que permita uma gestão eficiente da função pública.

Críticas a Marcelo, ao PSD, Chega, Bloco e PCP

Pelo meio, Rui Rocha deixa ainda críticas ao Presidente da República, que acusa de ser "conivente com a degradação das instituições democráticas", e ao PSD, que classifica de “oposição frouxa”. "O Presidente da República tem sido conivente com a degradação das instituições democráticas e tem exercido este seu mandato comentando temas superficiais e não agindo nos temas essenciais. O PSD tem uma oposição frouxa ao PS, procurando ser simples alternância em vez de alternativa, competindo pelos lugares no Estado com o PS".

O Chega, o PCP e o Bloco também não escapam às farpas do candidato liberal, que afirma que os três partidos “representam o fascínio pelo poder como ferramenta para esmagar aquilo de que desgostam, apelando aos sentimentos mais superficiais das pessoas e fomentando a divisão e conflitualidade social para ganharem votos”. "São partidos extremistas que pretendem usar o Estado para impor a sua visão de mundo", acrescenta.

Rui Rocha, Carla Castro e José Cardoso disputam a corrida à sucessão de João Cotrim Figueiredo. A convenção eletiva da IL decorre em 21 e 22 de janeiro de 2023, em Lisboa.

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