Política

Marcelo não vai ao funeral de Pelé porque tem de vir "dar posse ao Governo"

Marcelo não vai ao funeral de Pelé porque tem de vir "dar posse ao Governo"
MIGUEL PEREIRA DA SILVA/Lusa

Presidente da República partiu esta sexta-feira para o Brasil, onde assiste à posse de Lula da Silva. Posse de novos ministros e secretários de Estado pode acontecer a partir de terça-feira

Terça-feira será o dia mais provável e também mais desejável para a posse dos novos membros do Governo de António Costa. Desejável para o Governo porque permitirá a António Costa ir ao Parlamento na quarta-feira para um dos debates pedidos pela oposição já com o seu executivo recomposto. Provável porque só a partir desse dia é que o Presidente da República volta a estar em Portugal.

Marcelo Rebelo de Sousa partiu esta sexta-feira para Brasília, onde vai estar presente na posse de Lula da Silva. Á partida, já no aeroporto afastou uma dissolução para breve da Assembleia da República. Mas também lamentou não ir ao funeral de Pelé. E não vai porque não pode ficar mais tempo fora do país.

“Não posso ficar no Brasil para o funeral de Pelé. Gostava muito, conheci-o, era um grande jogador e era, sobretudo, uma pessoal excecional. Agora, tenho de voltar por várias razões, uma das quais é a posse do Governo”, disse o Presidente português na mesma ocasião em que defendeu que o é agora preciso é que “o Governo governe e cada vez melhor”.

Como é tradicional no Brasil, a posse do Presidente é a 1 de janeiro e Marcelo vai estar presente, como já tinha estado na de Bolsonaro. As cerimónias funebres de Pelé começam no dia 2 por opção da família que quis esperar pela passagem do ano e da posse de Lula. Na madrugada de dia 2, o corpo sai do Hospital Albert Einstein para o estádio da Vila Belmiro, em Santos, onde haverá um velório aberto à população, amigos e autoridades.

No dia seguinte, pelas 10h, começa o cortejo fúnebre que levará o caixão com o antigo jogador e ex-ministro do Desporto pelas ruas de Santos até ao cemitério Memorial Necrópole Ecuménica, um cemitério vertical. O cortejo vai passar pela casa da mãe de Pelé, tratada por 'Dona Celeste", que fez 100 anos a 20 de novembro.

Haver posse ou não na terça-feira dependerá, sobretudo, da capacidade de António Costa fechar a remodelação em curso. O primeiro-ministro, que contava ter férias entre o Natal e o Ano Novo, terá cada vez menos capacidade de recrutamento, como receiam dentro do PS. E também dentro do PS, mas também no Governo muitos são os defensors de uma mudança mais alargada no Governo. O próprio Presidente da República também já apontou para aí.

"Quando se chega à conclusão de que se está a pôr em causa a perceção e a afirmação política do Governo, é melhor substituir”, disse Marcelo, na quarta-feira, depois da demissão de Alexandra Reis e antes da demissão de Pedro Nuno Santos. Para o Presidente, o que importa é que o Governo se concentre no ano “muito importante” de 2023, em que vai ser preciso executar com eficácia os fundos europeus. “Se para isso for necessário ir mudando o governo, muda-se. Se basta o que já se mudou, veremos se é suficiente”, concluiu em declarações aos jornalistas numa visita ao Cabo da Roca.

O Presidente português não vai, contudo, participar na homenagem final a Pelé. Sai do Brasil no dia 2 e dia 3 está em Portugal para o que for preciso e possível.

Já o presidente do PS, Carlos César, deu esta sexta-feira sinal de que as mudanças serão só para substituir os membros do Governo que já se demitiram: Alexandra Reis, Pedro Nuno Santos e, por arrasto, os seus dois secretários de Estado. “Vamos adiante… Logo que o Presidente regresse do Brasil, para a posse dos membros que estão agora em falta no governo”, escreveu César na rede social Facebook.

O dirigente socialista, que faz parte do núcleo de conselheiros políticos de Costa, já tinha, contudo, tentado dar a crise por encerrada só com a saída da secretária de Estado do Tesouro.

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