O secretário-geral do PCP concordou com as preocupações manifestadas pelo primeiro-ministro sobre os problemas estruturais do país, mas alertou que “as opções políticas” da maioria absoluta do PS “traduzem tudo menos essa preocupação”.
Questionado pela Lusa sobre a entrevista ao primeiro-ministro publicada há cerca de uma semana na revista Visão, Paulo Raimundo reconheceu que “o saldo fundamental” das declarações de António Costa são as preocupações com “os problemas da saúde, os problemas dos salários, os problemas das pessoas”.
“Isso é que o preocupa [a António Costa]. Nós acompanhamos essa afirmação, o problema é que a prática e as opções políticas do Governo traduzem tudo menos essa preocupação”, sustentou o dirigente comunista, à margem de uma reunião com a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) na sede do PCP em Lisboa.
“Identificação, sim, das questões, mas não chega. O resto, mais postura, menos postura, mais pose, menos pose…”, advertiu Paulo Raimundo, sem referir a expressão utilizada pelo chefe do executivo socialista: “vão ser quatro anos, habituem-se”.
Quase um ano depois das eleições legislativas antecipadas, espoletadas pelo chumbo do Orçamento do Estado para 2022 com os votos contra, entre outros, do PCP, o novo secretário-geral comunista considerou que as razões que levaram o partido a votar contra a lei orçamental “estão todas válidas”.
“A vida deu-nos razão”, comentou, utilizando na versão atualizada uma expressão a que o antecessor, Jerónimo de Sousa, recorria quase sempre quando o assunto era o chumbo do Orçamento do Estado e a degradação da situação socioeconómica dos portugueses.
A entrar no ano de 2023, Paulo Raimundo relembrou o caderno de encargos para o Governo socialista: a Saúde, os salários e as pensões, a legislação laboral, que “são questões para resolver, e o PS, com maioria absoluta, não as resolve porque não quer”.
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