Política

PCP alerta para “perigos de ingerência e governamentalização da investigação criminal”

PCP alerta para “perigos de ingerência e governamentalização da investigação criminal”
MIGUEL PEREIRA DA SILVA

O Presidente da República promulgou na segunda-feira o decreto do parlamento que reestrutura o Ponto Único de Contacto para a Cooperação Policial Internacional, na sequência do acórdão do Tribunal Constitucional (TC)

O PCP defendeu hoje que há “perigos de ingerência e governamentalização da investigação criminal” com a promulgação do decreto que restrutura o Ponto Único de Contacto para a Cooperação Policial, independentemente da sua constitucionalidade.

“Independentemente do juízo do Tribunal Constitucional sobre a medida, a posição do PCP prende-se com os perigos de ingerência e governamentalização da investigação criminal que a colocação do Ponto Único de Contacto para a Cooperação Policial sob dependência de um do secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, órgão diretamente dependente do primeiro-ministro, encerra”, sustentou ao Grupo Parlamentar do PCP, numa resposta enviada à Lusa.

O Presidente da República promulgou na segunda-feira o decreto do parlamento que reestrutura o Ponto Único de Contacto para a Cooperação Policial Internacional, na sequência do acórdão do Tribunal Constitucional (TC).

A devolução do decreto ao parlamento foi anunciada através de uma nota no sítio oficial da Presidência da República na Internet logo depois de o TC ter divulgado que decidiu não se pronunciar pela sua inconstitucionalidade.

Marcelo Rebelo de Sousa afirma que, com a decisão dos juízes "no sentido da não inconstitucionalidade" do decreto, "ficam, deste modo, ultrapassadas as dúvidas quanto à certeza jurídica do regime aprovado, que estiveram na origem da ampla divisão na votação no parlamento".

Com origem numa proposta do Governo, o decreto que Reestrutura o Ponto Único de Contacto para a Cooperação Policial Internacional foi aprovado na Assembleia da República em votação final global em 27 de outubro com votos a favor do PS e votos contra de todos os restantes partidos: PSD, Chega, Iniciativa Liberal, PCP, BE, PAN e Livre.

O chefe de Estado anunciou o envio deste decreto para o Tribunal Constitucional em 17 de novembro, "dado tratar-se de matéria relativa a direitos fundamentais, que causou a divisão a meio do parlamento, por razões políticas e constitucionais" e "com o objetivo de certeza jurídica".

Na carta enviada ao Tribunal Constitucional, Marcelo Rebelo de Sousa pediu a fiscalização da constitucionalidade das normas deste decreto, que alteram o artigo 12.º da Lei de Organização da Investigação Criminal e o artigo 16.º da Lei de Segurança Interna, por violação "do princípio da separação de poderes" e "da autonomia do Ministério Público no exercício da ação penal" salvaguardados na Constituição.

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