Depois de mais um fim de semana de problemas nas maternidades do Barreiro e de Setúbal, a Distrital de Setúbal do PSD avança ter tomado conhecimento "dos gravíssimos constrangimentos" na urgência do Hospital Garcia de Orta, em Almada, “o que motivou a demissão dos chefes de equipa das urgências deste hospital”.
Em comunicado, a distrital do PSD de Setúbal exige que o Governo tome medidas concretas e capazes de resolver os problemas das urgências dos hospitais da região, alertando que “os constantes problemas com a saúde no distrito demonstram a falência da política de saúde do Governo, do Partido Socialista e do primeiro-ministro António Costa”.
Para Paulo Ribeiro, líder da Distrital, os problemas existentes são “uma consequência do estado caótico dos sete anos de governação socialista” no sector da saúde em Portugal “e no distrito de Setúbal em particular”. O PSD questiona como é possível que, nos hospitais de um distrito com cerca de 900 mil habitantes, as urgências estejam num caos, “inoperacionais”, com os profissionais de saúde a consideram “não existir condições mínimas no funcionamento dos serviços de urgência”, nem para a prestação de cuidados de saúde em segurança para os doentes e profissionais.
“É urgente que se mude de orientação, que se utilize toda a capacidade instalada no nosso distrito e que numa postura de diálogo, em conjunto com os profissionais de saúde, se encontrem as respostas que permitam que aos nossos concidadãos acedam a melhores cuidados de saúde”, defende o líder distrital.
O PSD de Setúbal sublinha ainda que, desta vez, “não chegará o sacrifício do Ministro da Saúde”, Manuel Pizarro, numa alusão à saída da anterior ministra da tutela, Marta Temido, referindo que a saúde dos cidadãos está acima de qualquer preocupação partidária. Para ultrapassar o problema das urgências, Paulo Ribeiro afirma ser necessária uma reflexão séria e medidas urgentes para, pelo menos, “acautelar os serviços mínimos”.
Recorde-se que a Comissão de Utentes de Saúde do Seixal pediu, esta terça-feira, esclarecimentos ao Hospital Garcia de Horta, em Almada, sobre a situação que levou à demissão dos chefes de urgência, assinalando que a falta de meios humanos “é estrutural”. Em declarações à Lusa, José Lourenço, da Comissão de Utentes do Seixal, concelho abrangido pelos serviços do hospital de Almada, no distrito de Setúbal, considerou que a pressão nas urgências hospitalares é uma consequência do trabalho que “não tem sido feito ao nível da organização dos cuidados de saúde primários”.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: IPaulo@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes