18 novembro 2022 19:49

André Ventura foi relegitimado há dois meses, no Conselho Nacional da Batalha, por 97,2% dos votos
rui duarte silva
Nuno Afonso diz que avança para disputar a presidência do partido se o atual líder puser o lugar à disposição e se conseguir apoios
18 novembro 2022 19:49
Novo chumbo do Tribunal Constitucional (TC), novo Congresso no horizonte. Depois de ter visto os estatutos do partido chumbados, como o Expresso noticiou na semana passada, o presidente do Chega anunciou esta semana que o Conselho Nacional irá reunir-se a 10 de dezembro para definir “todas as regras” do Congresso, que “previsivelmente” acontecerá em janeiro do próximo ano. “O Chega, cumpridor da lei e da Constituição, fará o que tem de ser feito”, sublinhou André Ventura, acrescentando, no entanto, tratar-se de “uma flagrante injustiça face à generalidade dos partidos”, e em especial ao BE e ao PCP. E reconheceu que “estas decisões consecutivas do TC perturbam e têm um impacto significativo na vida do partido”.
Nuno Afonso, ex-vice-presidente e ainda vogal da direção do Chega, considera que está na hora de reunir tropas e avançar para uma disputa da liderança. “Se há altura para fazer alguma coisa, é agora”, diz ao Expresso. Mas para isso seria necessário que Ventura voltasse a colocar o seu cargo à disposição, apenas dois meses depois de ter sido relegitimado no Conselho Nacional da Batalha, por 97,2% dos votos. Nuno Afonso, que também é vereador eleito pelo Chega na Câmara de Sintra e o principal rosto da oposição interna, não tem dúvidas de que Ventura devia demitir-se. Não só por “todas estas trapalhadas jurídicas, que são da sua responsabilidade”, mas também por “mentir deliberadamente aos militantes” para ter “carta branca para tomar decisões”, justifica.