A concelhia do PSD/Porto exigiu, esta terça-feira, ao Governo de António Costa e à administração da Metro do Porto a adoção de medidas para aliviar a “pressão” que as obras da Metro provocam na cidade com “claros prejuízos” para os cidadãos.
“O que está aqui em causa são alterações significativas na mobilidade por um horizonte temporal de cerca de três anos com impactos negativos sobre os portuenses e todos os que cá trabalham, estudam e visitam, e prejudicam o seu dia a dia pela dificuldade que estes constrangimentos causam na circulação viária no Porto”, adiantou em comunicado o PSD/Porto.
Os sociais-democratas referem que obras públicas “desta dimensão e desta importância” têm de ter em atenção as dinâmicas de mobilidade preexistentes, sobretudo no Porto, pela sua malha urbana, rede viária e carga a que essa rede viária é sujeita diariamente.
Por isso, o PSD/Porto considera “absolutamente imperioso” que o Governo e a Metro do Porto tomem medidas mitigadoras dos constrangimentos que já se sentem nas obras da Linha Rosa e que serão ampliados quando se iniciarem as obras da Linha Rubi e da Linha BRT [vulgo Metrobus] da Boavista, com “danos evidentes” na qualidade de vida dos portuenses.
Os sociais-democratas sugerem a introdução de alterações nas portagens das autoestradas que circundam o Porto para que se reduzam os fluxos de atravessamento da cidade, a melhoria na comunicação e sinalização das obras em curso e, em articulação com o município, a implementação de percursos alternativos dentro da cidade para reduzir os congestionamentos.
Na semana passada, o presidente da Câmara do Porto mostrou-se preocupado com o “impacto profundamente negativo” da construção em curso da nova Linha Rosa da Metro do Porto que, defendeu, apresenta “excessivos atrasos” em “praticamente todas as frentes”, segundo um ofício que enviou à empresa.
Já esta segunda-feira, o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, garantiu que a empresa hierarquiza os atrasos que sucedem nas obras em função das diferentes zonas de empreitada, não comentando as preocupações manifestadas pelo presidente da Câmara quanto à Linha Rosa.
Manifestando apreensão com os atrasos da obra na Linha Rosa, o PSD/Porto tem dúvidas na forma como a Metro do Porto tem gerido a comunicação da obra, em particular com o município do Porto e entidades com responsabilidade na mobilidade e transportes.
A Linha Rosa consistirá no percurso entre São Bento e Casa da Música, com estações intermédias no Hospital de Santo António e Praça da Galiza, e o presidente da Metro assumiu ter o objetivo de ter a linhaa funcionar no primeiro trimestre de 2025, depois de concluídas as obras em dezembro de 2024.
As obras de prolongamento da Linha Amarela (em Vila Nova de Gaia) e a construção da Linha Rosa representam no total um acréscimo de seis quilómetros e sete estações à rede de metro do Porto e um investimento total superior a € 400 milhões.
As obras de expansão da rede vão sofrer um aumento de custos que serão suportados pelo Governo, “no limite”, através do Orçamento do Estado, revelou o secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, no passado dia 8 de setembro.
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