6 novembro 2022 13:51
josé sena goulão
Atacado por todos, maioria absoluta aposta em fragilizar oposição. Olhos postos em ganhos eleitorais futuros
6 novembro 2022 13:51
A melhor defesa é o ataque. É assim que o núcleo duro do Governo está a encarar a nova fase de vida da maioria absoluta, que começou mal - a correr atrás do prejuízo, reagindo a várias polémicas - e que procurou ganhar uma segunda vida com o Orçamento do Estado para 2023. De olho em estratégais eleitorais futuras, o Governo admite intenção de endurecer o discurso por dois motivos: para não ser alvo único dos ataques e para conotar a oposição como “radical” em contraste com o PS “prudente”.
A mudança de tom foi notada na semana do debate do Orçamento, em que António Costa disparou em todas as direções, começando no vice-presidente do PSD Paulo Rangel, à boleia da discussão sobre o corredor verde de energia, continuando na Iniciativa Liberal, que está em processo de transição de líder, e terminando no Bloco de Esquerda, cuja animosidade é antiga e conhecida. “É deliberado”, assume-se no executivo, lembrando que, para o PSD ser governo, o mais provável é ter de se coligar com partidos à direita, e que foi o receio de uma eventual aproximação do PSD ao Chega que deu, em parte, a maioria a António Costa.