30 outubro 2022 8:34

José Abraão (Fesap) e Helena Rodrigues (STE) com a ministra Mariana Vieira da Silva na assinatura do acordo para a Função Pública
antónio cotrim/lusa
Atitude de Costa mudou face à Concertação. Há um “novo paradigma” sem pressão da esquerda
30 outubro 2022 8:34
A dúvida fica no ar: o que se alterou no diálogo social para permitir que, em menos de um mês, o Governo assinasse dois acordos com os sindicatos da UGT. Mudou Costa, ou mudou a UGT? Para os dirigentes sindicais não restam dúvidas de que a principal alteração partiu do Executivo. “Sem necessidade de gerir os equilíbrios geopolíticos da ‘geringonça’ e de se apoiar na muleta de partidos que são inimigos da UGT, o PS pode voltar à sua matriz da Concertação”, diz o ex-líder sindical Carlos Silva.
“Com o fim da ‘geringonça’, voltamos a ter um Governo comprometido com os sindicatos e com o diálogo social”, afirma José Abraão, que também defende que a maioria absoluta ganha pelo PS nas últimas legislativas levou a uma “mudança de paradigma”, acabando com a “pressão dos acertos parlamentares, em detrimento da negociação coletiva e do diálogo social. O líder da Fesap, a federação sindical da UGT para a Administração Pública, assinou, esta semana, com o Governo um acordo plurianual que garante, entre outras matérias, aumentos mínimos de 52 euros nos próximos quatro anos a todos os trabalhadores do Estado. “Há anos que defendíamos estas matérias. Não fomos nós que mudámos. Foi o Governo”, garante ao Expresso.