Política

Jerónimo marca posição na escolha do seu sucessor

29 outubro 2022 12:59

nuno botelho

Líder assume necessidade de rejuvenescer todos os órgãos do PCP e quer “decidir e propor” as mudanças a levar avante

29 outubro 2022 12:59

Jerónimo de Sousa quer assegurar que a sua substituição na liderança comunista seja feita de “forma tranquila, mantendo a coesão do partido”, mas deixa claro que não prescinde de ter uma palavra a dizer na renovação, que, cada vez mais, dá sinais de se estar a aproximar. Numa entrevista à agência Lusa, o secretário-geral do PCP até descola do ‘coletivo’ em que se organiza o partido para falar na primeira pessoa e marcar uma posição no futuro comunista.

Em vésperas de uma Conferência Nacional que abre a porta a mudanças na estratégia e na organização do PCP, Jerónimo de Sousa faz ouvir a sua voz. “[Quero] ser eu também a decidir e a propor essas possíveis alterações do secretário-geral. Podíamos estar a falar da Comissão Política, do Secretariado, do próprio Comité Central”, assinala na entrevista à Lusa. A mensagem política é clara e sobretudo dirigida para o interior do próprio partido: o coletivo decide sempre, mas Jerónimo marca a sua própria posição, defendendo um rejuvenescimento alargado do partido que vá para além do cargo de secretário-geral e que refresque todos os órgãos da cúpula comunista, desde o Secretariado ao todo-poderoso Comité Central — o órgão mais importante do PCP entre Congressos e que tem o poder de designar o próprio líder do partido.