A deputada Carla Castro vai ser candidata à liderança da Iniciativa Liberal (IL), anunciou no Fórum TSF esta terça-feira de manhã. Rui Rocha, que anunciou a sua candidatura logo depois de Cotrim Figueiredo ter anunciado a saída da presidência da IL, vai, assim, ter concorrência numa convenção que está marcada para dezembro, mas que muitos conselheiros querem ver adiada de forma a haver mais tempo para campanha interna.
“É com todo o gosto, honra e responsabilidade que confirmo que vou ser candidata”, declarou Carla Castro à TSF.
Admitindo que foi uma “surpresa” a notícia da saída de João Cotrim de Figueiredo da presidência da IL, a deputada explicou que a sua candidatura mereceu uma “séria ponderação”. “Reuni todas as condições e creio que vou liderar uma lista ao partido para uma nova fase de crescimento, com um programa muito centrado no crescimento e na mobilidade social”, disse.
Questionada sobre as diferenças face à candidatura de Rui Rocha, visto como o candidato da continuidade, Carla Castro reconheceu que serão assinaladas tanto a nível da “gestão interna” do partido, como a nível das "prioridades externas", embora partilhem a mesma matriz do liberalismo político, económico e social. “Não há uma rutura, mas há sim uma nova fase”, vincou.
E se houver mais candidaturas? “Creio que enriquece o debate dentro do partido”, acrescentou.
Para Carla Castro, há uma “profunda necessidade de reformas” no país, não só fiscais, manifestando-se disponível para apresentar soluções, com o foco no crescimento e na mobilidade social. Quanto aos críticos da atual direção que apontam falta de democracia interna, a candidata promete diálogo, assim como aproveitar o “enorme capital” do partido ao nível de quadros.
Confrontada sobre o facto de metade do grupo parlamentar apoiar a candidatura de Rui Rocha, Carla Castro garantiu que vê esse apoio com “tranquilidade” até pelo timing do anúncio da saída de Cotrim de Figueiredo.
Entretanto, a nova candidata à liderança da IL confirmou a sua candidatura no Facebook, sob o mote: ‘Crescimento e mobilidade social’. “A oposição ao imobilismo que nos governa e o combate à desesperança no país fazem-se com soluções concretas. Contamos para isso com um programa concreto com boas respostas aos desafios do país, com política e visão alternativas. É para isso que me candidato”, justifica num post.
Como o Expresso avançava esta segunda-feira, a deputada já estava a ser desafiada por algumas estruturas do partido no sentido de avançar com uma candidatura. “Há uma pessoa na minha cabeça e de muitos membros com condições para ser uma extraordinária líder da IL. Chama-se Carla Castro e, se decidir concorrer, terá o meu apoio condicional”, escreveu, por exemplo, Rafael Corte Real, vogal da direção, nas redes sociais.
Entretanto, o antigo presidente e atual deputado municipal em Lisboa, Miguel Ferreira da Silva, já declarou também apoio a Carla Castro. “Acredito que a Carla é a melhor pessoa para liderar a próxima fase de crescimento e afirmação da IL”, anunciou no Facebook.
Já Rui Rocha saiu, entretanto, em defesa do adiamento da eleição interna prevista para dezembro para uma “discussão clara” de alternativas, após apelos de vários conselheiros nesse sentido: “Irei propor no próximo Conselho Nacional o alargamento do calendário eleitoral, passando as eleições para janeiro, para que quem quiser concorrer o faça sem que o tempo seja limitação”.
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