A coordenadora do BE defendeu esta quinta-feira um “outro plano” para a TAP, que coloque a companhia aérea “ao serviço” dos portugueses, e criticou que a empresa “deixe de ser estratégica quando chega a hora de a vender”.
“É muito difícil justificar que a TAP seja uma empresa estratégica para ter uma injeção do dinheiro dos contribuintes, e depois deixe de ser estratégica quando chega a hora de a vender e a entregar a outros interesses”, afirmou Catarina Martins em declarações aos jornalistas à margem de um encontro com imigrantes timorenses, em Lisboa.
A líder bloquista foi questionada sobre a possibilidade de o preço de venda da TAP ficar abaixo do valor que foi injetado pelo Estado na empresa, e começou por dizer que é preciso “perceber exatamente qual é a percentagem da venda, exatamente qual é o controlo público da TAP que fica”.
Catarina Martins salientou que, para o BE, a TAP “é estratégica, sim” e “precisava de um outro plano, um plano que a pusesse ao serviço das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, que a pusesse ao serviço de toda a economia portuguesa e de toda a população”.
Lamentando que “não tem sido esse o caminho seguido”, a coordenadora bloquista criticou que “estar sempre a limpar empresas com dinheiro público para depois entregar a interesses outros de multinacionais não tem sido um grande negócio para o país”.
Na quarta-feira, numa audição na Assembleia da República e quando questionado sobre o modo como a privatização da TAP será feita, o ministro das Infraestruturas voltou a dizer que o processo ainda não foi iniciado, pelo que não poderia adiantar detalhes, mas explicou que será feita uma avaliação “independente” dos 3.200 milhões de euros que o Estado injetou na companhia.
Hoje, o Dinheiro Vivo noticia que o preço da venda da totalidade da TAP poderá ser de cerca de dois mil milhões de euros.
Já no final de setembro, o primeiro-ministro afirmou que “só se fosse irresponsável” é que garantiria que o Estado não irá perder dinheiro na privatização da TAP, mas “espera que não”.
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